Caso Eloá

Advogados do pai de Eloá e Lindemberg negam ligação criminosa

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27 de outubro de 2008, 19h07

Os advogados de Everaldo Pereira dos Santos, pai da menina Eloá Pimentel, e de Lindemberg Alves negaram em notas à imprensa acusação de que os dois teriam uma ligação criminosa.

A suspeita foi divulgada no domingo (26/10) por Marcilio Barenco, diretor-geral da polícia de Alagoas. “Há suspeitas concretas de que o Lindemberg e ele faziam parte de um grupo criminoso em Santo André. Então, Lindemberg não era só namorado da filha”, declarou Barenco.

O advogado Ademar Gomes, que defende o pai de Eloá, afirma que seu cliente responde apenas por um homicídio em Alagoas e diz que não há indícios de que participava de um grupo criminoso em São Paulo.

Gomes afirma ter recebido com indignação as declarações do delegado. Para o advogado, a entrevista reforça a tese de que o pai de Eloá está marcado para morrer.

“O que se está tentando fazer é caracterizá-lo como um criminoso de alta periculosidade, ligado a organização do PCC. Se capturado e encaminhado para Alagoas, a polícia local terá então desculpas para desaparecer com ele”, afirma o advogado. Ele diz que a polícia de Santo André não tem provas dessa ligação.

Ex-cabo da PM, Everaldo dos Santos é apontado pela polícia de Alagoas como integrante de um esquadrão da morte na década de 1990. Depois de fugir para São Paulo, foi descoberto quando sua filha ficou refém. Ele está foragido.

A vítima mais conhecida do grupo foi o delegado Ricardo Lessa, assassinado em outubro de 1991. Irmão do ex-governador Ronaldo Lessa, ele investigava o grupo de extermínio.

Os advogados Ana Lúcia Assad e Edson Pereira Belo da Silva, que defendem Lindemberg Alves, também repudiam veementemente as declarações do delegado de Alagoas. Eles argumentam é leviano incriminar o seqüestrador já que até 12 de outubro de 2008 “nada constava da sua ficha criminal”. Ana Lúcia e Silva informaram ainda que Lindemberg era um “jovem de bem”.

Antes de seqüestrar Eloá, ele trabalhava como ajudante-geral e entregador de pizza. Por mais de 100 horas, entre os dias 13 e 17 deste mês, Lindemberg manteve refém a sua ex-namorada Eloá, de 15 anos, refém, em Santo André.

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