História para contar

Ministro Marco Aurélio completa três décadas no Judiciário

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6 de novembro de 2008, 20h04

Luiz Silveira (SCO/STF)
Marco Aurélio  - por Luiz Silveira (SCO/STF)Segundo ministro mais antigo no Supremo Tribunal Federal, o carioca e flamenguista Marco Aurélio Mendes de Farias Mello completou, nesta quinta-feira (06/11), 30 anos na magistratura. Ele recebeu os cumprimentos dos colegas do STF no início da sessão de julgamento no Plenário da corte.

Por mais da metade desse tempo, Marco Aurélio esteve no Supremo. Sua nomeação aconteceu em 1990, determinada por seu primo, o então presidente Fernando Collor de Mello. O parentesco com o presidente da República, no entanto, não foi o motivo que o levou a ocupar uma cadeira na corte suprema. Antes disso, o ministro teve uma evolução invejável no Judiciário. Vindo da Justiça do Trabalho, aos 35 anos já era ministro do Tribunal Superior do Trabalho, idade mínima para a função. Levou apenas 12 anos para chegar ao STF desde o início da carreira na Justiça.

No Supremo, Marco Aurélio nunca poupou palavras em defesa de suas posições. Chegou a trocar farpas com o presidente Lula em relação à liberdade de atuação do Judiciário, e jamais se absteve de discordar dos colegas, mesmo fazendo solo nos inúmeros votos vencidos. Foi assim no julgamento sobre o acesso do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça às provas da operação Hurricane, da Polícia Federal, que o ministro considerou inconstitucional. De acordo com o Anuário da Justiça – 2008, as provas seria usadas para a instauração de processos disciplinares contra juízes e servidores.

Novamente em minoria, Marco Aurélio votou pela perda do mandato dos deputados que trocaram de partido depois de eleitos, em 2006. O Supremo preferiu punir as trocas ocorridas somente a partir de 2007, quando foi firmado entendimento do TSE sobre a infidelidade partidária.

O ministro, ainda que por pouco tempo, já ocupou cargo no Executivo. Em 2002, enquanto presidente do STF, coube a ele a presidência interina da República por quatro ocasiões. Em uma delas, sancionou a lei que criou a TV Justiça, no dia 17 de maio daquele ano. Segundo o ministro, a televisão consumiu oito meses de projeto de “um sonho que foi seguido com ousadia”.

Hoje, aos 61 anos de idade, exibe um currículo que confirma a experiência pelas diversas áreas do Direito. Foi ministro do TSE de 1993 a 1997 e de 2005 a 2007, presidindo o tribunal por duas vezes. No TST, foi ministro de 1981 a 1990, depois de ser juiz no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) de 1978 a 1981. Antes, foi procurador do Trabalho de 1975 a 1978. Como advogado, atuou pela Federação dos Agentes Autônomos do Comércio do Estado da Guanabara e foi chefe do Departamento Jurídico dos Conselhos Federal e Regional dos Representantes Comerciais do Rio de Janeiro.

[Foto de Luiz Silveira (SCO/STF)]

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