Hora da recompensa

Colômbia pagará recompensa a desertor que matou líder das Farc

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15 de março de 2008, 11h53

A agência de notícias Associates Press, em Bogotá, informa que o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que o governo irá pagar uma recompensa ao desertor Pablo Montoya que matou Ivan Ríos, um dos líderes das Farc (Forças Armadas da Colômbia). O guerrilheiro desertou o grupo depois de matar Ríos e se apresentou às autoridades colombianas com a mão do líder, cartões de memória do computador e documentos.

Ele receberá uma parte da recompensa de US$ 2,7 milhões (cerca de R$ 4,5 milhões), afirmou o ministro da Defesa.O ministro disse que o resto do dinheiro será dividido entre três informantes que deram informação ao Exército sobre a localização de Ríos. A recompensa era, inicialmente, para informações que levassem à captura do líder guerrilheiro.

De acordo com a agência de notícias, após o assassinato de Ríos houve uma acalorada polêmica no país se o pagamento da recompensa iria encorajar outros rebeldes a cometer homicídio. Alguns colunistas disseram que pagamentos do tipo seriam com dinheiro sujo de sangue, informa a reportagem.

O anúncio da morte de Ríos, no dia 7 de março, foi um mais duro golpe para as Farc, uma semana depois da ação militar colombiana que matou o número dois da guerrilha, Raul Reyes, em território colombiano.

O desertor, Pablo Montoya, disse ter matado Ríos para se defender, porque temia que Ríos planejasse sua execução. Montoya atirou em Ríos, cujo nome real era Manuel Jesus Muñoz, e em sua namorada, enquanto dormiam. Logo depois deixou o acampamento com os arquivos eletrônicos, passaporte e com uma mão de Ríos, para apresentar ao Exército.“O caso de Ivan Ríos nos mostra a deterioração da moral das Farc”, afirmou o ministro da Defesa à Associates Press.

Por fim, a agência informou que alguns juristas colombianos sugeriram que, em vez de ser recompensado, Montoya deveria ser alvo de uma investigação por assassinato. O presidente Álvaro Uribe afirmou no início desta semana que “um país de leis não deve encorajar massacres”.

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