Imprensa nos tribunais

ONGs detalham na OEA casos de ações contra imprensa no Brasil

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9 de março de 2008, 0h01

Um relatório sobre os processos contra a imprensa no Brasil será entregue para a Organização dos Estados Americanos (OEA), na segunda-feira (10/3), em Washington. O dossiê será apresentado pelas ONGs Artigo 19 e Centro para a Justiça e o Direito Internacional e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Segundo o relatório, existem casos recorrentes de litigância de má-fé e abusos jurídicos contra a mídia, jornalistas e ativistas de Direitos Humanos. Um dos casos usados como exemplo são as mais de 50 ações movidas pela Igreja Universal do Reino de Deus em diversas cidades do país contra o jornal Folha de S.Paulo e a jornalista Elvira Lobato.

Com a entrega do dossiê à OEA, as três entidades esperam chamar a atenção para o uso abusivo de ações de indenização por danos morais contra a imprensa. As entidades argumentam que esse tipo de estratégia representa uma restrição indireta à liberdade de expressão e produz um efeito intimidatório nocivo à democracia.

Também deve ser sugerido que a OEA incentive o Brasil a promover treinamento de juízes de primeira instância e dos Tribunais de Justiça sobre como são os padrões internacionais para difamação e como proceder em casos de abusos quando há litigância de má-fé.

Segundo levantamento da revista Consultor Jurídico ( Clique aqui para ler), existe praticamente uma ação de indenização por danos morais para cada jornalista em exercício nos cinco principais grupos de comunicação (Globo, Abril, Folha, Estado e Editora Três).

Em 2007, eram 3.133 processos num universo de 3.237 profissionais. O valor médio das indenizações passou de R$ 20 mil, em 2003, para R$ 80 mil, no ano passado, de acordo com o levantamento.

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