Revisão da ditadura

Juiz chileno decreta prisão de 98 ex-agentes do regime Pinochet

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27 de maio de 2008, 12h34

O juiz Víctor Montiglio, da Justiça do Chile, determinou a prisão de 98 ex-agentes da polícia secreta que participaram da Operação Colombo durante a ditadura do general Agusto Pinochet (1973-1990). Em 1975, 119 pessoas foram mortas na operação. Essa é a mais ampla ordem judicial expedida no Chile por violação dos direitos humanos. No país, há cerca de 400 processos abertos por este motivo.

Segundo as agências de notícias internacionais, Montiglio também abriu novo processo contra 13 militares, três deles membros da cúpula da Direção de Inteligência Nacional. São eles, o ex-general Manuel Contreras, o chefe da polícia política da ditadura, e os brigadeiros Miguel Krassnoff Martchenko e Marcelo Moren Brito, que já estão presos, condenados por outras violações de Direitos Humanos. Os presos serão levados para a penitenciária especial de Punta Peuco e para o presídio de Santiago 1.

A maioria dos corpos das 119 vítimas já foi encontrada, mas pelo menos 42 deles nunca foram localizados. Apesar disso, o juiz defende que eles sejam considerados vítimas de seqüestro.

O advogado de defesa Jorge Balmaceda, que representa o coronel da reserva Pedro Espinoza, disse que a acusação de seqüestro é uma “ficção jurídica”.

Pinochet, morto em dezembro passado, foi condenado a prisão domiciliar por este caso de violação dos Direitos Humanos. Durante o regime do general, 3 mil pessoas foram mortas pela repressão. A Operação Colombo foi um plano para encobrir as denúncias internacionais de que a ditadura do país desapareceu com centenas de opositores.

Segundo informações oficiais, publicadas na imprensa controlada pelos militares, os corpos de 119 membros do MIR e de outras organizações haviam aparecido na Argentina e no Brasil depois de combates entre os próprios grupos de esquerda.

A notícia apareceu pela primeira vez no único número de uma revista chamada Lea, que circulou na Argentina em 15 de julho de 1975. Com o título “La vendetta de la izquierda chilena” (A vingança da esquerda chilena), o texto informava que 60 membros do MIR haviam sido mortos.

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