15 anos

Jornal Tribuna do Direito recebe homenagem da OAB-SP

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27 de maio de 2008, 18h48

O jornalista Milton Rondas, diretor do jornal Tribuna do Direito, e Moacyr Castanho, diretor de marketing, receberam, nesta segunda-feira (26/5), homenagem da OAB-SP, pelos 15 anos da publicação.

O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, afirma que o Tribuna do Direito é um dos veículos mais importantes do universo jurídico brasileiro. “Ele tem prestado ao longo destes 15 anos um grande serviço à Justiça e à Advocacia”, comentou o advogado.

O poeta Paulo Bomfim, decano da Academia Paulista de Letras, destacou a amizade e companheirismo de décadas que o une com Rondas. O poeta lembrou que ficou sete anos sem escrever até ser convidado pelo jornalista para colaborar no jornal. “Deste convite surgiram cinco livros de pensamentos e sobre a história de São Paulo. Tenho orgulho de pertencer ao quadro de colaboradores da Tribuna do Direito e à galeria de seus inúmeros amigos. O Milton devolveu a mim o paraíso perdido da minha mocidade”, afirmou Bomfim.

Uma placa comemorativa de aço foi entregue a Rondas. “É um gesto simples, mas revestido de agradecimento a este sonho que um dia você teve e à determinação de torná-lo realidade. Este seu sonho foi compartilhado por muitos colaboradores, aqui presentes. Desejamos que estes 15 anos sejam multiplicados por dez”, diz D’Urso.

O advogado lembrou que foi o jornalista, na época de O Estado de S.Paulo, quem primeiro publicou um artigo seu na imprensa. Antes de fazer o jornal, Rondas trabalhou por 25 anos no Estadão, no qual editou a seção dos Tribunais e Caderno de Justiça.

Aplaudido em pé, Milton agradeceu a placa em nome do sócio Moacyr Castanho e de toda a família Tribuna do Direito. Ele lembrou que já foi homenageado em 1999 pela OAB-SP e que se alegrava de estar novamente rodeado de parceiros e amigos. “Se considerarmos a vida humana, a Tribuna do Direito encontra-se em plena adolescência. Fase da vida rica em experiências, caracterizada pela busca intensa de novos caminhos, pelo contato exaustivo com os pares”, afirmou.

Segundo ele, “a confiança e o respeito têm sido bases fundamentais para o crescimento, credibilidade e consolidação da Tribunal do Direito enquanto órgão de informação”.

O jornalista agradeceu os colaboradores mais próximos do jornal, entre eles Nelson Kojranski, Clito Fornaciari Junior, Juarez de Oliveira, Paulo Bomfim, e o editor-chefe, Fran Augusti. Também agradeceu as entidades parceiras, OAB-SP, Aasp e Serasa. “São diversos os advogados, juízes, desembargadores, procuradores, promotores, delegados, estudantes que nesses 15 anos expressaram e compartilharam suas opiniões com milhares de leitores”, comentou.

Veja o discurso de Milton Rondas e de Paulo Bomfim

Milton Rodas

Exmo. Sr. Dr. Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil;

Exma. Sra. Dra. Márcia Regina Machado Melaré, vice-presidente da OAB-SP;

Exmos. Srs. membros da diretoria;

Exmos. Srs. Conselheiros;

Exmas. Sras. conselheiras;

Meus amigos e amigas:

Em meu nome, de meu sócio, Moacyr Castanho, e de toda a família “Tribuna do Direito” agradeço essa homenagem que a seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil presta em comemoração aos 15 anos do jornal. Já tive a honra de ser homenageado nesta Casa em junho de 1999, por iniciativa do então conselheiro Raul Haidar, na gestão do presidente Rubens Approbato Machado, quem sugeriu, em 1993, o nome “Tribuna do Direito”.

Muito me alegra estar novamente aqui, rodeado de parceiros e amigos que têm acompanhado e contribuído com o jornal ao longo desses 15 anos.

Se considerarmos a vida humana, “Tribuna do Direito” encontra-se em plena adolescência. Fase da vida rica em experiências, caracterizada pela busca intensa de novos caminhos, pelo contato exaustivo com os pares, mas de desconfiança dos demais. Fase em que se está aberto para as possibilidades que o mundo apresenta, de grandes sonhos e projetos.

Considerando, por outro lado, a vida organizacional, podemos dizer que o jornal atravessou os anos críticos responsáveis pela sobrevivência ou não de uma organização, conforme os entendidos administradores de empresas. Nesse tempo, paulatinamente, foi desenhando seu perfil, sua marca, traçando caminhos, corrigindo falhas, procurando aproximar-se cada vez mais daqueles para os quais foi criado.

Eu diria que somos ainda adolescentes, pois nossos sonhos e projetos continuam frescos e mobilizadores de nossa ação. Porém, ao contrário dos jovens contestadores e desconfiados, estamos sempre abertos a todos, não apenas aos nossos pares. A confiança e o respeito têm sido bases fundamentais para o nosso crescimento, credibilidade e consolidação enquanto órgão de informação. Talvez qualidades não mais tão valorizadas nos dias atuais.


Foram anos de muitas lutas, mas penso que o jornal continua fiel à causa que abraçou desde o seu primeiro número: a de contribuir para o aprimoramento da Justiça.

Muito se ouve atualmente sobre o fim dos jornais diante do avanço das comunicações, principalmente da internet que permite que um fato seja conhecido quase que imediatamente, nos diversos cantos do mundo.

Mas, o jornal tem algo a mais que a internet não tem.

A cada exemplar podemos acompanhar o que pensa o advogado Nelson Kojranski sobre as mudanças no Direito Imobiliário; a opinião do jornalista Percival de Souza sobre os acontecimentos que envolvem o mundo jurídico; os comentários do advogado Clito Fornaciari Júnior sobre as decisões polêmicas dos tribunais; a posição do advogado e acadêmico Antonio Penteado Mendonça sobre o comportamento das seguradoras e dos segurados; as mudanças que chamam a atenção do advogado Juarez de Oliveira nas legislações federal, estadual e municipal; e as entrevistas dos jornalistas Eunice Nunes e Francisco Moraes para o “Caderno de Livros”, sempre acompanhados dos fotógrafos Augusto Canuto e Paulo Junqueira.

Ao lado da informação especializada, é possível distrair-se, ainda, e viajar pelos roteiros turísticos preparados por Maria Mazza, deleitar-se com as crônicas do poeta e acadêmico Paulo Bomfim e com os versos dos operadores do Direito; e passar o tempo com as cruzadas de Melba Amy, acompanhado de um bom vinho indicado pelo advogado e enófilo mineiro Gladson Mamede, vinhos esses sempre “encorpados”, “equilibrados”, “harmônicos” e “com taninos ainda bem vivos”. E ainda é possível apreciar o talento do premiado artista plástico e professor universitário Júlio Minervino nas ilustrações que o jornal publica todos os meses.

São diversos os advogados, juízes, desembargadores, procuradores, promotores, delegados, estudantes que nesses 15 anos expressaram e compartilharam suas opiniões com milhares de leitores.

Ninguém vai encontrar tudo isso em blogs. Nem vai depender de provedor, de banda larga ou de aparelhagem que, às vezes, entram em pane e te deixam desesperado, só no mundo.

Não é preciso concordar com o que dizem os articulistas, repórteres e colaboradores, mas suas opiniões servem de parâmetro para a ação, para o pensamento. Levam à reflexão. Por isso, acho que os jornais e, especialmente, o “Tribuna” têm muito ainda a contribuir para a educação e aperfeiçoamento da cidadania em nosso País. Sendo assim, não se trata de um projeto pessoal ou de uma equipe exclusiva, mas de um conjunto de pessoas e entidades que se interessam e batalham pela melhoria da Justiça como um todo.

Gostaria de dividir este momento com amigos e colaboradores que partilham conosco as agruras e os bons momentos do jornal:

– o jornalista Fran Augusti, editor-chefe do jornal, que tem sido responsável por importantes modificações e mantém, com a equipe de produção (jornalistas, fotógrafos e diagramador), a qualidade da informação e da apresentação do “Tribuna”;

– nosso pessoal de apoio administrativo, que muito mais por uma questão de necessidade do que acompanhar os mais modernos preceitos da administração, realizam as mais diversas tarefas e garantem com eficiência que o jornal chegue aos leitores a cada mês;

– nossos articulistas e todos que ao longo desses 15 anos nos enviaram seus artigos enriquecendo o conteúdo do jornal.

Como disse anteriormente o “Tribuna” não é um projeto pessoal, mas coletivo. Quero então dividir este momento com nossos parceiros que acreditam e contribuem para que o jornal cumpra seus objetivos:

– A Associação dos Advogados de São Paulo que, em 1993, na gestão do advogado Clito Fornaciari Junior, percebeu o alcance e a importância do empreendimento, aprovando a distribuição do jornal para os associados da entidade, o que vem ocorrendo até hoje. Agradeço a todas diretorias e conselheiros da entidade por essa parceria de 15 anos, bem como ao assessor de imprensa Reynaldo De Maria.

– A OAB-SP que sempre nos apoiou, adquirindo assinaturas e, atualmente, com reserva de espaço para divulgação de assuntos relevantes para o mundo jurídico. Agradeço a jornalista Santa Maria e demais funcionários da Assessoria de Imprensa pela atenção que sempre dispensaram ao jornal.

– A Serasa, que ocupa mensalmente duas páginas com o Boletim Serasa Legal. A Serasa é a única empresa no mundo a conquistar três vezes o Prêmio Nacional de Qualidade, a mais importante premiação na área de gestão empresarial do Brasil. Ela possui um dos maiores bancos de dados do mundo e dedica sua atividade à prestação de serviços de interesse geral.

– Aos nossos anunciantes, alguns conosco desde o início, que encontram no jornal um veículo sério e de amplo alcance para divulgação de seus produtos e serviços.


– Não posso deixar de mencionar o valoroso apoio, desde o início do jornal, do jornalista Miguel Jorge, amigo de longa data, e que hoje ocupa o cargo de ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Com muitas saudades, lembro da colaboração valiosa dos advogados Biasi Ruggiero, João Nascimento Franco, José Parada Neto, Guido Antonio Andrade, ex-presidente desta Casa, e do jornalista e amigo Thélio de Magalhães.

Moacyr, diretor de Marketing, e eu gostaríamos de dividir esta homenagem com nossas esposas e mães, pelo estímulo e apoio constantes.

Para finalizar, gostaria de assinalar que tenho um pouco de responsabilidade na brilhante carreira do presidente D’Urso. Fui o responsável pela publicação do primeiro artigo do presidente D’Urso na imprensa, quando estava no “Estadão”. Daí em diante é esta trajetória de sucesso que todos já conhecem, inclusive na presidência da OAB-SP.

Como sabiamente diz o escritor Ernesto Sabato: “O essencial da vida é a fidelidade ao que acreditamos ser nosso destino, que se revela nesses momentos decisivos, nessas encruzilhadas tão difíceis de suportar, mas que nos defrontam às grandes opções.”

Muito obrigado!

Discurso de Paulo Bomfim

Meu caro Presidente Luiz Flávio Borges D’Urso, com que prazer falo nesta cerimônia perpassada de emoção. Querido Milton Rondas, nossa convivência ao longo de tantos anos deixa claro, num clima de companheirismo e fraternidade, seu perfil de lutador. Você me faz lembrar o soneto “Aos que Sonham” de Raul de Leoni:

Não se pode sonhar impunemente

Um grande sonho pelo mundo afora,

Porque o veneno humano não demora

Em corrompê-lo na íntima semente…

Olhando no alto a árvore excelente,

Que os frutos de ouro esplêndidos enflora,

O Sonhador não vê, e até ignora

A cilada rasteira da Serpente.

Queres sonhar? Defende-te em segredo,

E lembra, a cada instante e a cada dia,

O que sempre acontece e aconteceu:

Prometeu e o abutre no rochedo,

O calvário do Filho de Maria

E a cicuta que Sócrates bebeu!

Você acreditou no seu sonho e seu sonho se transformou também em meu sonho, uma volta proustiana ao passado paulista, que me levou a evocar lembranças familiares e um reviver de minha infância e de minha juventude, porque Milton, há 15 anos, graças ao estímulo da “Tribuna do Direito”, voltei ao tema apaixonante da história de nossa cidade, e do convite que me foi feito para colaborar em seu (nosso) jornal nasceram os livros “Aquele Menino”, “O Caminheiro”, “Tecido de Lembranças” e “Janeiros de meu São Paulo”. Tenho orgulho de pertencer ao grupo de colaboradores da “Tribuna do Direito”, à equipe que participou do surgimento desse heróico jornal da vida jurídica brasileira. Milton, quero lhe dizer que você me devolveu o “Paraíso Perdido” de minha mocidade.

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