Cimento social

Crivella diz que nunca usou obra em morro para fazer propaganda

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27 de junho de 2008, 16h05

O senador Marcelo Crivella, pré-candidato do PRB à Prefeitura do Rio, foi ao Tribunal Regional Eleitoral fluminense na quinta-feira (26/6) para se defender da acusação de que estaria fazendo propaganda eleitoral antecipada. Na revista Roteiros do Poder, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento no Morro da Providência eram associadas ao senador. Crivella negou qualquer irregularidade.

Para o senador, a notificação da Justiça Eleitoral é mais uma campanha mentirosa. “Jamais usei anúncio do PAC ou do Cimento Social em qualquer revista. Minha defesa vai se basear apenas na verdade. Fui vítima de uma infâmia”, afirmou.

O juiz Luiz Márcio Pereira, coordenador da fiscalização da propaganda eleitoral no Rio, mandou ainda que a Editora WD, que publica a revista, apresente a cópia do contrato, se os dados são publicitários. Além de esclarecer o valor cobrado pela publicidade, a editora deve mostrar quem foi o responsável pelo pagamento, a tiragem e a data em que foi distribuído às bancas de jornal. A multa prevista por propaganda eleitoral antecipada varia de R$ 21 mil a R$ 53 mil.

Comercializada em todo o estado do Rio, a edição 2008 da revista Roteiro do Poder traz um artigo intitulado “Governo Federal Executa no Rio o PAC das Favelas Criado pelo Senador Marcelo Crivella”.

Para o juiz, a publicação seria uma suposta prestação de contas do mandato. Mas traria também a conotação de que “todas as obras do PAC realizadas nas favelas da Rocinha, Maré e Complexo do Alemão, atendendo a mais de 400 mil pessoas, teriam sido conquistadas, exclusivamente, pela atuação do senador”.

Essa é a segunda denúncia na Justiça Eleitoral contra o senador. Em outro panfleto, Crivella apareceria à frente do Morro da Providência em um anúncio do projeto Cimento Social. As obras foram interrompidas pelo TRE na terça-feira (24/6) e reiniciadas na quinta em regime de mutirão.

O Exército foi incumbido de ocupar o morro para fazer a segurança do projeto, mas saiu essa semana por ordem da Justiça depois de uma crise aberta com o assassinato, no último dia 15, de três jovens da Providência que foram entregues por militares a traficantes de facção inimiga.

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