Pedido de volta

MPF pede a volta do delegado que prendeu Dantas nas investigações

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16 de julho de 2008, 16h10

O procurador Rodrigo de Grandis lamentou a saída do delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, da Operação Satiagraha, que investiga o banqueiro Daniel Dantas. Gandris, que é o responsável no Ministério Público Federal pelo inquérito, enviou oficio ao diretor-geral da PF Luís Fernando Correa pedindo a volta do delegado. O delegado que saiu do caso foi o responsável pelas prisões do banqueiro.

A procuradora Anamara Osório Silva também assina o ofício. “Na qualidade de autoridades ministeriais responsáveis pelo eficiente andamento e final conclusão das investigações em torno da Operação Satiagraha, entendem os signatários que o afastamento dos senhores delegados, compromete, inquestionavelmente, a eficiência administrativa nas investigações”, afirmam os procuradores.

Além de Protógenes, também deixaram a investigação outros dois delegados de seu grupo: Karina Murakami Souza e Carlos Eduardo Pellegrini Magro. “O delegado e sua equipe fizeram um trabalho excelente e deveriam permanecer a frente das investigações. A saída da equipe do caso é prejudicial uma vez que a PF e o MPF estão na fase de análise de documentos”, afirma de Grandis.

Segundo a assessoria de imprensa da PF, Protógenes deixa o inquérito para concluir o Curso Superior de Polícia, que é obrigatório para todos os agentes que já têm dez anos de serviço. A Polícia negou que o afastamento tenha algo a ver com as críticas à condução da operação que investiga Dantas. Seria apenas uma decisão pessoal de Protógenes.

O delegado afirma a pessoas próximas que era boicotado por seus superiores. Nos bastidores da PF, Protógenes é criticado por não ter informado os superiores sobre os detalhes da investigação. Também é acusado de usar a Abin no caso e de ser individualista. Respondendo a sindicância administrativa e a uma representação na Corregedoria da PF, poderá ser punido.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que o afastamento do delegado tenha motivos políticos. Ele atribuiu o afastamento a “uma questão de rotina”. Negou também que o pedido de férias de Correia tenha relação com o afastamento do delegado.

Grandis discorda das afirmações de Tarso, que afirmou recentemente que 99% das investigações estão concluídas. “Como destinatário do inquérito policial posso afirmar que as investigações estão apenas no início”, disse.

O procurador lembra que cabe ao MPF definir o momento em que a investigação deve terminar, já que é ele quem oferece a denúncia à Justiça Federal.

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