Palavra da Ordem

É absurdo crer que advogado vaza informações, protesta OAB

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3 de julho de 2008, 17h27

O presidente da Comissão Nacional de Prerrogativas da OAB, Alberto Zacharias Toron, reagiu indignado nesta quinta-feira (3/7) às afirmações do ministro da Justiça, Tarso Genro, de que advogados vazam informações sigilosas de seus clientes para a imprensa. Para Toron, a afirmação deve ser tachada, “no mínimo, de absurda”.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Genro disse que os vazamentos por parte de agentes da Polícia Federal são coisa do passado e colocou nos advogados a culpa pela divulgação indevida de informações. Segundo ele, os advogados se tornam fontes da imprensa e “divulgam parte dos depoimentos que interessam aos seus clientes”.

Para Toron, seria o caso, então, de perguntar ao ministro da Justiça se o vazamento de informações no caso lembrado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, teria sido feito pelo advogado que, “descontente com a liberdade de seu cliente, resolveu intimidar o ministro do STF”.

Em entrevista coletiva na terça-feira (1/7), o ministro Gilmar Mendes cobrou da Polícia Federal e do Ministério Público a apuração do caso no qual, logo após ter concedido a liberdade a um preso na Operação Navalha, houve a divulgação de que ele estava na lista das autoridades que receberam mimos da empreiteira Gautama, investigada na operação. O verdadeiro nome na lista era outra pessoa: o engenheiro Gilmar de Melo Mendes.

Alberto Zacharias Toron apontou como exemplo de vazamento de informações pela PF a Operação Furacão — na qual foram presos dois desembargadores federais, um juiz do trabalho, um procurador aposentado, entre outras pessoas. Segundo o advogado, houve a divulgação de trechos de conversas dos investigados pela imprensa antes mesmo de os advogados dos acusados conseguirem ter acesso aos autos do inquérito. De acordo com Toron, exemplos como esses são vastos.

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