Colônia fechada

Presídio de Charqueadas é interditado pela Justiça

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18 de janeiro de 2008, 12h44

O juiz Fernando Flores Cabral Júnior, da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, decretou a interdição da Colônia Penal Agrícola de Charqueadas (RS). A decisão foi tomada nesta quinta-feira (17/1), dois dias depois de uma adolescente de 14 anos passar a noite no presídio, com dois presos.

O pedido de interdição foi feito pelo Ministério Público. O juiz determinou que a Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) forneça em 48 horas a relação dos presos. Foi proibida a entrada e saída de condenados do presídio. A interdição não tem prazo definido.

Depois do episódio, a Susepe declarou que aceleraria o fechamento do presídio. Segundo a superintendência, o plano para fechar a colônia penal existe desde o ano passado, mas com o episódio da adolescente os trâmites burocráticos para a desativação serão elaborados com urgência.

Segundo o projeto do governo, os 274 presos devem ser transferidos para quatro albergues com 78 vagas cada um. Atualmente, os presos moram em seis casas na colônia, que integra o complexo de sete presídios de Charqueadas. A capacidade da colônia é para 200 pessoas. A Susepe quer concluir os albergues até dezembro deste ano.

De acordo com o processo, o cunhado da garota mandou que ela fosse ao local para levar drogas e R$ 50 aos amigos que cumprem pena no local. Segundo o depoimento da menina, ela não fez sexo com os presos.

A Polícia diz que a garota chegou ao presídio de regime semi-aberto por volta de meia-noite. Ela teria sido recepcionada por um dos presos, passado por uma cerca de arame farpado. Ao chegar ao Alojamento E, a adolescente foi recebida por outro preso.

Em depoimento, ela disse que não se interessou pelo preso e, por isso, passou a noite apenas conversando. Na manhã do dia seguinte, a jovem saiu da unidade prisional com facilidade e pegou carona com um caminhoneiro. Ao saber da história, o motorista a levou para o 28º Batalhão da Polícia Militar, que a encaminhou para a delegacia, onde prestou o depoimento.

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