Vara de Acidentes

Juíza acusada de ligação com traficante é promovida novamente

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8 de fevereiro de 2008, 10h53

Na próxima segunda-feira (10/2), a juíza Olga Regina Guimarães começa a trabalhar na 2ª Vara de Acidentes de Veículos de Salvador. A promoção foi anunciada na quinta-feira (7/2). Ela é investigada pelo Ministério Público por suspeita de ligações com o traficante de drogas colombiano Gustavo Duran Bautista, preso em agosto de 2007, no Uruguai, ao ser flagrado com 435 kg de cocaína. A droga era do grupo colombiano de Juan Carlos Abadía, preso em São Paulo também no ano passado. Ela inocentou o traficante Duran e teve conversas suspeitas com ele – todas gravadas com ordem judicial.

No ano passado, a juíza já tinha sido promovida. Ela fez parte de um grupo de 50 juízes transferidos do interior para Salvador e promovidos por antigüidade ou merecimento. No caso de Olga, foi por antigüidade.

Em 2001, a Polícia Federal havia encontrado cocaína em caixas de frutas com fundo falso em uma fazenda de Gustavo Duran. O Ministério Público desconfiou da ligação entre o colombiano e a juíza. O desembargador Antônio Roberto Gonçalves, do Tribunal de Justiça da Bahia, acatou a solicitação do procurador Edivaldo Rotondano e autorizou a quebra dos sigilos bancário, telefônico, fiscal e telemático (mensagens eletrônicas) da juíza Olga Regina Santiago Guimarães. Ela atuava como titular da Vara de Substituições de Salvador.

A Polícia Federal gravou telefonemas da juíza com o colombiano. Em um deles, Olga Guimarães disse que estava tudo certo com as fichas de antecedentes do traficante. Ele respondeu: “Tá bom, doutora. Amanhã vou colocar aquele negócio que o senhor Balduíno me falou”. Balduíno Santana é o marido da juíza. Em outro telefonema, o marido da juíza reclamou que não caiu nenhum dinheiro na sua conta. E o traficante se comprometeu a depositar na manhã seguinte.

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