Novela Dantas

MPF se opõe a terceiro pedido de prisão contra DD

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5 de dezembro de 2008, 15h30

O Ministério Público Federal em São Paulo se manifestou contra o terceiro pedido de prisão do banqueiro Daniel Dantas, formulado pela Polícia Federal, segundo informou a Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (5/12). Para o MPF, o delegado federal Ricardo Saadi não reuniu provas suficientes que justificassem a prisão. O juiz da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto De Sanctis, não tem prazo para analisar a solicitação.

No documento em que faz o novo pedido de prisão, Saadi sustenta que Dantas continuou a praticar os crimes pelos quais é investigado: gestão fraudulenta e temerária, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

O novo pedido de prisão se refere a inquérito que apura supostos crimes financeiros em que o empresário estaria envolvido. Não há ligação com as acusações que culminaram com a decisão judicial dada nesta terça-feira (2/12), que condenou o banqueiro a dez anos de prisão, e a pagar R$ 13,4 milhões por ter oferecido suborno a um delegado da PF, no valor de R$ 1 milhão. Dantas responde a essas acusações em liberdade.

Para as autoridades do caso, no entanto, um terceiro pedido de prisão, sem um fato novo, seria encarado como uma afronta ao Supremo Tribunal Federal, que já concedeu dois Habeas Corpus a Dantas.

Segundo o jornal, a manobra é vista dentro da PF como um jogo de cena para melhorar a imagem da instituição. A medida teria atendido a pedido do ministro da Justiça, Tarso Genro, e da cúpula da Polícia, para desfazer a imagem de que o departamento está mais preocupado em perseguir o delegado Protógenes Queiroz do que com o inquérito do banqueiro.

Alguns policiais acreditam que a corregedoria da PF errou ao apreender materiais na casa de Protógenes. Ao transformar o principal investigador de Dantas em alvo, a Polícia teria passado a imagem de que protege o dono do Opportunity.

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