Dúvidas na segurança

Gilmar pede para investigar suposto infiltrado de Dantas no STF

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3 de dezembro de 2008, 18h45

O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, encaminha, na tarde desta quarta-feira (3/12), representação à Procuradoria-Geral da República para apurar se o coronel da reserva do Exército Sérgio de Souza Cirillo, nomeado para o cargo comissionado de assessor do secretário de segurança do STF era ligado ao banqueiro Daniel Dantas. A informação é do Blog do Noblat.

A assessoria de imprensa do STF informou que não tem como comprovar se Cirillo agiu de má fé. Mas, confirmou que ele trabalhou no tribunal de julho a outubro deste ano como subordinado do ex-secretário de segurança do Supremo, Joaquim Alonso Gonçalves.

A suposta ligação entre Dantas e Cirillo está na sentença do juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que condenou Dantas a 10 anos de prisão por tentativa de suborno a um delegado da Polícia Federal.

Segundo a decisão, Cirillo recebeu nove ligações do professor Hugo Chicaroni, assessor de Dantas, entre os dias 4 de junho e 7 de julho, véspera da Operação Satiagraha. Ele também teria relações pessoais com Chicaroni. O período coincide com as negociações para o pagamento de propina que o professor ofereceu a um delegado da PF. Chicaroni também foi condenado pelo juiz.

“Tal fato revela, pois, que os acusados, para alcançar seus objetivos espúrios, dias antes de oferecer e pagar vantagem às autoridades policiais, atuavam sem medir esforços em suas tentativas de obstrução de procedimento criminal, tentando espraiar suas ações em outras instituições”, destacou na sentença De Sanctis.

Em 6 de outubro, Cirillo e o coronel Alonso foram exonerados do cargo. Alonso não teria se adequado ao cargo e teria se desentendido com algumas pessoas. Os dois foram nomeados por Gilmar Mendes.

Ao site G1, Sérgio Cirillo negou que tenha relação com Hugo Chicaroni. “Simplesmente éramos sócios do mesmo instituto [Instituto Sagres]”, disse. Questionado se teria usado o cargo para beneficiar Dantas, ele afirmou que não conhece o banqueiro. Cirillo acrescentou que vai esperar as “providências oficiais serem tomadas” para se pronunciar sobre o assunto.

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