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Opportunity explica porque contratou agências de Marcos Valério

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1 de dezembro de 2008, 16h06

Pela terceira vez, a Polícia Federal pede à Justiça a prisão de Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. De acordo com informação da Folha de S. Paulo, reproduzida pela Consultor Jurídico no sábado (29/11), o delegado federal Ricardo Saadi, que substituiu Protógenes Queiroz no comando do inquérito da Operação Satiagraha, encontrou várias provas de crimes cometidos por Dantas, e que ele continuou a praticá-los mesmo depois de preso duas vezes em julho.

Segundo a Folha, o terceiro pedido de prisão é interpretado por alguns delegados como uma tentativa de mostrar que a PF não se dobrou a pressões do banqueiro. A reportagem traz a informação de que, quando foi solto pela segunda vez, Daniel Dantas espalhou que poderia contar podres do PT. De acordo com a PF, duas empresas que pertenciam a Dantas — a Telemig Celular e a Amazônia Celular — repassaram dinheiro às agências de publicidade de Marcos Valério de Souza, que por sua vez entregou o dinheiro a parlamentares da base do governo. Valério é réu no escândalo do mensalão. A informação do repasse de dinheiro das teles comandadas por Daniel Dantas as agências de Valério já era conhecida desde a época das CPIs que investigou o mensalão.

A assessoria de comunicação do Opportunity enviou nota à ConJur para afirmar que a Telemig Celular e a Amazônia Celular “enviaram 800 quilos, quase uma tonelada de documentos à CPI Mista [do Mensalão] que justificaram, amplamente, os pagamentos feitos às agências de publicidade DNA e SM&P por serviços prestados às companhias”.

Segundo a nota, a DNA e a SM&P eram as agências de publicidade mais famosas em Minas Gerais, o que também justifica a contratação das empresas.

Leia a nota do Opportunity

Prezados senhores,

Em relação a reportagem intitulada “Crime continuado — Polícia Federal pede, de novo, prisão de Daniel Dantas”, editada em 29.11. 2008, e que reproduz texto da Folha de S.Paulo, segue a carta enviada ao jornal

Em relação a reportagem intitulada “PF pede prisão de Dantas à Justiça pela terceira vez”, à página A4, caderno Brasil, edição de 29/11, esclarecemos que:

A Telemig Celular e Amazônia Celular enviaram 800 quilos, quase uma tonelada de documentos à CPI Mista e que justificaram, amplamente, os pagamentos feitos às agências de publicidade DNA e SM&P por serviços prestados às companhias.

Em 1998, a Telemig Celular se tornou cliente da DNA e dois anos depois, em 2001, da SMP&B.

A Amazônia Celular se tornou cliente de ambas, em 2001.

A DNA e a SM&P eram as mais afamadas agências de publicidade, à época, em Minas Gerais.

No caso da Telemig Celular comprovou-se que 73% do montante total investido nas agências de publicidade foram repassados aos maiores veículos de comunicação do país.

No caso da Amazônia Celular, o percentual é de 61% do total.

O volume que coube às agências de publicidade, por contrato, foi pouco superior a 10% do total investido nos dois casos analisados.

Em razão da entrega da extensa documentação que comprovava os pagamentos feitos às agências de publicidade de Minas e aos veículos de comunicação do país, a Telemig Celular e Amazônia Celular não foram denunciadas pela Procuradoria Geral da República.

Á época da gestão do Opportunity, a Telemig Celular era considerada “a jóia da Coroa” e detinha o maior Ebitda (o equivalente a margem operacional) do setor de telefonia. E a Amazônia Celular foi considerada a melhor empresa para se trabalhar por revistas especializadas em negócios.

Atenciosamente,

Assessoria de Comunicação do Opportunity – São Paulo

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