Amigos de infância

Procurador de Justiça é acusado de matar delegado no Ceará

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15 de agosto de 2008, 18h13

O delegado Cid Júnior Peixoto do Amaral, 60 anos, foi morto com um tiro na cabeça na tarde de sexta-feira (14/8) em Fortaleza (CE). O acusado é o procurador aposentado do Amapá Ernandes Lopes Pereira, 59 anos, que foi preso em flagrante. Os dois eram amigos de infância, mas há mais de 10 anos não se falavam. A informação é do jornal O Povo.

Amaral foi morto na frente de sua mãe e mulher. Os três foram convidados para conhecer a nova casa do procurador, que se aposentou como corregedor-geral do MP do Amapá. O juiz da 5ª Vara do Júri, Jucid Peixoto do Amaral, irmão do delegado, disse que também estava marcado para morrer, mas escapou do crime porque recusou o convite.

Ao ser preso, Pereira afirmou que a arma disparou acidentalmente. As testemunhas discordam da versão. O policial, que tinha 30 anos de profissão, era titular do 19º Distrito Policial, no Conjunto Esperança.

“Duas horas antes do crime, ele (procurador) esteve na minha sala no fórum para me convidar a conhecer também a casa que ele havia comprado na Precabura. Recusei o convite por conta do trabalho. Não podia me ausentar”, disse Jucid Peixoto do Amaral, ao jornal.

O procurador foi então a casa da mãe do delegado. Júlia Vieira do Amaral, 84, aceitou o convite, mas logo se arrependeu porque o procurador estava bêbado. Ela ligou então para os filhos. Amaral foi à casa de Lopes Pereira acompanhado de sua mulher.

Segundo as testemunhas, os cinco conversavam quando Lopes Pereira aproximou-se de Amaral, deu um beijo nele e logo depois atirou na sua cabeça. As mulheres do procurador e do delegado fugiram.

Como a Polícia Militar não conseguiu entrar na casa ao chegar, houve rumores de que o procurador estaria mantendo a mãe do delegado como refém, o que Pereira nega. Segundo o coronel Carlos Ribeiro, da Polícia Militar, foi a mãe do delegado quem entregou a arma do crime ao primeiro policial que chegou. A Polícia demorou uma hora e meia para entrar na casa.

No momento do crime, também havia funcionários na casa, entre eles um motorista que, segundo a Polícia, é testemunha ocular do assassinato. O teor do depoimento do motorista não foi revelado.

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