Falsa ameaça

Pó branco em carta enviada ao presidente do STF é lactose

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8 de agosto de 2008, 21h16

O pó branco encontrado em uma carta endereçada ao ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, é lactose (açúcar do leite). Segundo o Instituto Nacional de Criminalística, não foi encontrado a presença de microorganismos, de substâncias tóxicas, nem compostos radioativos ou explosivos. A Polícia Federal tenta localizar o remetente da carta.

Na tarde de quinta-feira (7/8), a segurança do Supremo evacuou o terceiro andar do prédio do tribunal, onde fica o gabinete da presidência. A medida foi tomada depois que dois funcionários do protocolo da presidência passaram mal ao abrir um envelope com o pó branco dentro. Segundo eles, o pó tinha um cheiro forte. Além do pó, o envelope continha uma carta com ameaças a Gilmar Mendes.

Por medida de segurança, na manhã desta sexta, foi feita uma limpeza no local para arejar o ambiente. Cerca de 45 minutos antes da abertura do envelope, o STF recebeu um telefonema anônimo informando que uma bomba iria estourar no prédio anexo.

A assessoria do STF informa que as correspondências passam por detectores de metais e a segurança está avaliando a possibilidade de adquirir equipamentos para ampliar a varredura a fim de evitar incidentes como o desta quinta.

Em um evento no Tribunal de Justiça do Maranhão nesta sexta, Gilmar Mendes afirmou que ameaças acontecem quando há alguma decisão polêmica. “Toda vez que nós temos alguma decisão polêmica no tribunal, nós temos este fenômeno de ameaça de bombas, tentativas de certo amedrontamento da corte. Isso acontece também em outras cortes.”, afirmou o ministro.

Carro blindado

Segundo a Agência Estado, o Supremo decidiu alugar carros blindados para transportar os ministros durante viagens a cidades consideradas perigosas. A providência foi tomada depois que Gilmar Mendes e Ellen Gracie foram assaltados no Rio de Janeiro, no final de 2006. Na ocasião, os ladrões levaram o carro oficial que transportava os ministros e no qual estavam documentos e malas dos ministros.

Quando vai ao Rio e a outras grandes cidades grandes, como São Paulo, Gilmar Mendes anda apenas de carro blindado. No sistema do STF, há registros de locações de automóveis blindados de luxo por valores que variam de R$ 775 a R$ 1.550. Até em Brasília, que é uma cidade mais tranqüila, a segurança foi reforçada. Gilmar Mendes foi vítima recentemente de uma tentativa de assalto enquanto caminhava na orla de Fortaleza.

Além do cuidado com os carros e com a segurança dos ministros, o Supremo renovou recentemente o seu estoque de armas. O tribunal comprou pistolas, coldres e balas. O arsenal existente até então era de 1988 e era considerado muito antigo.

Ameaça de seqüestro

Há pouco mais de dois meses, o Supremo foi oficialmente alertado de que estaria sendo preparado o seqüestro de uma das duas ministras da casa — Cármen Lúcia ou Ellen Gracie. Os autores intelectuais do plano seriam os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o colombiano Juan Carlos Abadía.

Na época da ameaça de seqüestro das ministras, a segurança do STF chegou a reforçar as medidas de proteção a elas. No fim de maio, Cármen Lúcia estava em Teresina para um evento. Avisada sobre o plano, trocou de quarto de hotel, usou um carro oficial de fachada e andou pela cidade em rotas alternativas.

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