Jogo ilegal

Policial investigado na Operação Hurricane vai continuar preso

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1 de agosto de 2008, 12h40

O policial Alcides Campos Sodré Ferreira, acusado de participar de um esquema de corrupção em delegacias do Rio de Janeiro, descoberto na Operação Hurricane da Polícia Federal, vai continuar preso. A decisão é do ministro Cesar Asfor Rocha, presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça.

No pedido de liminar, o policial alegou que não havia provas contra ele e nenhuma razão que justificasse a prisão preventiva. De acordo com a denúncia, ele era o braço direito e assessor do chefe de Polícia Ricardo Hallk e teve participação ativa nos interesses da organização criminosa.

O ministro Cesar Asfor Rocha considerou que o decreto de prisão está fundamentado e revela fatos graves. O ministro alegou ainda que há indícios de autoria e materialidade suficientes. A prisão cautelar foi decretada para a garantia de ordem pública e conveniência da instrução criminal.

O furacão

A Operação Hurricane foi deflagrada no dia 13 de abril de 2007 nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e no Distrito Federal, para deter supostos envolvidos em esquemas de exploração de jogo ilegal (caça-níqueis) e venda de sentenças, após cerca de um ano de investigações.

Na ocasião, foi preso Virgílio Medina, irmão do ministro paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça. Também foram presos os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região José Eduardo Carreira Alvim e José Ricardo Regueira, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região Ernesto da Luz Pinto Dória e o procurador regional da República João Sérgio Leal Pereira. Os juízes e o procurador foram soltos em seguida.

Entre os detidos estavam, ainda, Anísio Abraão David, ex-presidente da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis; Capitão Guimarães, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro; Antônio Petrus Kalil, conhecido como Turcão, apontado pela Polícia como um dos mais influentes bicheiros do Rio; a corregedora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Susie Pinheiro Dias de Mattos.

O ministro Paulo Medina se afastou do cargo pouco depois das acusações e se mantém afastado até hoje. O juiz Carreira Alvim também continua afastado das funções. O desembargador Ricardo Regueira morreu no começo do mês de julho.

HC 111.550

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