Cerco da PF

Funcionário do Credit Suisse é preso no Rio de Janeiro

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23 de abril de 2008, 16h16

Um funcionário do alto escalão do Banco Credit Suisse foi preso pela Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (23/4), no Rio de Janeiro. A prisão aconteceu em continuidade à Operação Suíça, deflagrada em 2006 pela PF em São Paulo. O banco, uma das três maiores instituições financeiras privadas do mundo, foi investigado por funcionar no Brasil sem autorização do Banco Central e enviar os recursos dos clientes ao exterior por meio de doleiros. Segundo a PF, “assim como os outros funcionários, presos anteriormente, o preso responderá por crimes financeiros e lavagem de dinheiro”.

A PF sustenta que “durante a operação, o escritório de representações do Credit Suisse foi encerrado. Porém, a instituição financeira continuou as atividades, enviando funcionários diretamente da Suíça, para ter contato com os clientes aqui. Atualmente, enviava os chamados “officers”, função desempenhada pelo preso, que periodicamente vinham ao país, a fim de conquistar novos clientes para a abertura de novas contas e investimentos. Por meio deles, os clientes antigos administravam e movimentavam as contas”. A Polícia Federal afirma que tem feito “operações contra a atuação de bancos estrangeiros que atuam ilegalmente em território nacional e contra doleiros utilizados no esquema”.

O caso despontou com a prisão do suíço Peter Schaffner, responsável no Brasil pelo banco Credit Suisse. Schaffner foi preso em março de 2006, no aeroporto internacional de São Paulo, quando tentava fugir do país. A sua prisão foi decretada pelo juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros. Segundo o juiz, a saída do economista do país poderia prejudicar ou frustrar a reunião de provas contra o Credit Suisse, de acordo com a alegação apresentada pelo Ministério Público Federal. Em agosto de 2006, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região acolheu o pedido de Habeas Corpus de Schaffner.

Depois de quatro meses de escutas telefônicas autorizadas, a Polícia Federal começou a desmantelar o esquema com uma ação de busca e apreensão na agência do banco na Avenida Faria Lima (zona oeste da capital paulista). Delegados e agentes da polícia ocuparam o edifício e apreenderam caixas de documentos e discos rígidos de computadores. A casa de outro executivo do Credit Suisse, em São Paulo, também foi alvo de ação de busca e apreensão na ocasião.

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