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Mulçumanos protestam contra igualdade de mulheres

11 de abril de 2008, 12h56

Por Redação ConJur

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Ao menos 150 pessoas ficaram feridas em Dacca, capital de Bangladesh, durante os enfrentamentos entre a Polícia e grupos de manifestantes mulçumanos que protestam contra um projeto de lei que dá mais direitos às mulheres.

Os fundamentalistas exigiam a demissão da ministra da Mulher e da Infância do governo bengalês, Rashida K. Chowdhury. Ela propôs um projeto de lei que prevê a igualdade de homens e mulheres na herança de bens. Pela proposta, elas também teriam mais acesso ao mercado de trabalho e à educação. A lei islâmica dita que as mulheres herdam metade do que recebem seus irmãos.

Nesta sexta-feira (11/4), centenas de agentes de segurança usaram cassetetes e gás lacrimogêneos para dispensar o protesto que se iniciou depois da oração nas proximidades da mesquita da capital.

Participaram do protesto membros de grupos islâmicos, entre eles o Comitê de Resistência da Lei Anti-Corânica e o Comitê de Aplicação da Lei Islâmica.

Os manifestantes asseguram que o projeto de lei é contrário ao Alcorão, livro sagrado do islã. Os protestos duraram cercam de duas horas. Além dos manifestantes, ficaram feridos policiais e jornalistas.

No dia 11 de janeiro de 2007, o presidente de Bangladesh, Iajuddin Ahmed, impôs o estado de exceção por causa da onda de violência que assola o país na campanha eleitoral. As eleições devem acontecer no final do ano.

O governo interino, nomeado pelo presidente, recebeu a missão de empreender uma ampla campanha contra a corrupção e de organizar as próximas eleições. Bangladesh, que fica no sudeste da Ásia, tem uma população de 150 milhões pessoas. Cerca de 90% são mulçumanos.

* Com agências de notícias internacional