Regras do jogo

Marco Aurélio novamente critica proposta de terceiro mandato

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11 de abril de 2008, 13h40

O ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, criticou novamente a proposta de alas do PT na Câmara dos Deputados de tentar emplacar um terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ministro, o Brasil “precisa de homens públicos que observem a lei em vigor no país”. A informação é da agência Reuters.

“Gostaria de pedir perdão e perguntar: ‘Nós vivemos no mesmo mundo? Já houve reeleição”, afirmou o presidente do TSE, na noite de quinta-feira (10/4), no Rio de Janeiro, durante a inauguração do Centro Cultural da Justiça Eleitoral. Não é a primeira vez que o ministro posiciona-se contra a proposta. No ano passado, por exemplo, ele chegou a classificar um terceiro mandato de golpe.

Durante a semana, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), um dos principais defensores do terceiro mandato, começou a coletar assinaturas para uma Proposta de Emenda à Constituição que poderia beneficiar Lula. A idéia é terminar com o instituto da reeleição e estabelecer um mandato de cinco anos a partir de 2010. Dessa forma, o jogo seria zerado e Lula poderia concorrer, segundo o deputado.

“Eu, como presidente do TSE, entreguei o diploma para o exercício de um mandato durante quatro anos. Observemos as leis estabelecidas”, afirmou Marco Aurélio. “Eu indago se teríamos melhores dias simplesmente com simples mudança das leis.”

Publicamente, Lula nega apoio à proposta. Em entrevista coletiva na Holanda, o presidente disse que a discussão “é falta de assunto da oposição”. O assunto ganhou fôlego depois de declaração do vice-presidente José de Alencar de que “o povo brasileiro deseja que o Lula fique por mais tempo no poder”.

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