Exposição na mídia

Suzane Richthofen quer R$ 950 mil de indenização do Estado

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26 de setembro de 2007, 11h52

A ex-estudante de Direito, Suzane Von Richthofen, condenada há 39 anos e 6 meses pelo assassinato dos pais, quer R$ 950 mil do Estado por danos morais e materiais. Em duas ações judiciais, Suzane alega ter sofrido ameaça de morte e passado fome durante uma rebelião em agosto de 2004, no Carandiru, zona norte. Argumenta ainda ter sido obrigada pela diretora de um presídio no interior a dar entrevista coletiva. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

O processo tramita na 8ª Vara da Fazenda Pública Estadual. O advogado de Suzane, Denivaldo Barni Júnior, sustenta em sua defesa que a rebelião iniciada às 12h20 de 24 de agosto de 2004 na Penitenciária Feminina da Capital fugiu ao controle dos funcionários e que sua cliente se tornou alvo das líderes do motim.

Um trecho da petição diz: “Mesmo escondida ficou ouvindo palavras de ordem e ameaças contra sua vida. Ficou 22 horas sob intensa violência, pressão psicológica, sofrimento, angústia e terror em plena escuridão, agachada, de cócoras, até o término da rebelião, às 10h30 do dia seguinte.” O advogado alega ainda que Suzane ficou 22 horas sem comer. Nessa ação, Barni pede indenização de 500 salários mínimos, o equivalente a R$ 190 mil.

O processo corre na 14ª Vara da Fazenda Pública Estadual. Por essa ação, Suzane reivindica 2 mil salários mínimos de indenização por danos morais e materiais, equivalente a R$ 760 mil. O advogado alega que sua cliente foi exposta à mídia, contra a vontade, ao obter Habeas Corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal, na noite de 28 de junho de 2005.

Suzane estava presa no Centro de Ressocialização (CR) de Rio Claro e ganhou do STF o direito de aguardar ao julgamento em liberdade. No mesmo dia, dezenas de jornalistas se posicionaram em frente ao CR. De acordo com Barni, Suzane foi obrigada, sob ameaça da então diretora-geral do CR, Irani Aparecida Torres, a se exibir à imprensa, totalmente contra sua vontade.

A petição diz: “Não bastasse a aparição atrás das grades, como se fosse animal exótico enjaulado, cuja cabeça estava sendo exposta pela diretora, estava totalmente desorientada, angustiada e abalada psicologicamente diante do ocorrido.”

Processo 11.7836/07 e 12.4736/07

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