Exposição nos EUA

EUA: Peças de caso que gerou execução de italianos são expostas

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26 de setembro de 2007, 0h00

A Suprema Corte do estado de Massachussetts iniciou, na terça-feira (25/9), uma das mais polêmicas exposições de que se tem notícia na história judicial dos Estados Unidos. A mostra tem peças do julgamento que levou à execução os imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, há 80 anos, em Boston. As informações são do site Findlaw.

Os dois foram condenados sob acusação de terem matado dois homens em um assalto para obter o lote de um pagamento de salários. O que se põe em questão agora, na Suprema Corte do estado de Massachussetts, não é se os dois eram culpados ou não, mas se tiveram um julgamento justo. A exposição tenta indicar que, nos Estados Unidos de 1920, as cortes tendiam a ser mais parciais nos julgamentos em que comunistas, socialistas e anarquistas eram acusados.

Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram dois anarquistas italianos presos, processados, julgados e condenados nos EUA. Acusados do homicídio de um contador e de um guarda de uma fábrica de sapatos, não foram absolvidos nem mesmo depois que um outro homem admitiu a autoria dos crimes. Foram condenados à morte e executados por eletrocução em 23 de agosto de 1927. O juiz do caso, Webster Thayer, declarou ao júri que “este homem [Vanzetti], apesar de talvez não ter cometido realmente o crime que lhe é atribuído, é todavia culpado, porque é o inimigo das nossas instituições.”

Em 1926, Sacco e Vanzetti encontraram na prisão de Dedham Celestino Madeiros, um imigrante português que confessou ter cometido o crime atribuído aos dois anarquistas. O recurso que apresentaram com este motivo, com o apoio de advogados e do professor de Direito em Harvard Felix Frankfurter, foi rejeitado pelo juiz Webster Thayer. Um novo julgamento foi recusado também pela Justiça, em Boston.

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