Defesa aberta

Eduardo Ferrão abandona defesa de Renan Calheiros

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21 de setembro de 2007, 13h58

O advogado Eduardo Ferrão abandonou a defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nos três processos por quebra de decoro parlamentar a que responde no Conselho de Ética da casa. Ferrão alegou excesso de trabalho.

Ferrão defendeu Calheiros no processo em que o parlamentar é acusado de usar dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. Como o presidente do Senado foi absolvido pelo plenário da Casa na semana passada, o advogado julgou ser o momento oportuno para deixar o caso. A informação é da Folha Online.

De acordo com a reportagem, Ferrão nega ter deixado o caso por desentendimentos com o senador. No início do primeiro processo contra o peemedebista, o advogado chegou a ser acusado por aliados de Calheiros de cometer falhas no processo. Mas permaneceu no caso e fez a sustentação oral em defesa de Calheiros no Conselho de Ética do Senado.

O advogado é ligado ao ministro Nelson Jobim (Defesa), de quem foi sócio num escritório em Brasília, ao lado do advogado Paulo Baeta. Há duas semanas, antes do julgamento no Conselho de Ética, Jobim se reuniu com Ferrão e com Calheiros para discutir estratégias de defesa, provocando especulações de que estaria atuando no caso.

Processos

Absolvido pelo plenário no primeiro processo por quebra de decoro parlamentar, Calheiros ainda responde a três representações no Conselho de Ética. Na próxima semana, o órgão deve decidir se unifica os três processos.

Na segunda representação, relatada pelo senador João Pedro (PT-AM), Calheiros é acusado de beneficiar a cervejaria Schincariol junto ao INSS depois que a empresa comprou uma fábrica de seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), supostamente por preço acima do mercado.

O relator já sinalizou que deve recomendar o arquivamento do processo, ou o adiamento de sua votação até a conclusão das investigações do caso pela Câmara.

A terceira representação, feita pelo DEM e PSDB com base em informações de João Lyra, empresário e ex-aliado político de Calheiros, acusa o senador de usar laranjas para comprar concessões de rádios em Alagoas com recursos não declarados à Receita Federal.

No último processo, encaminhado nesta quinta-feira (21/9) pela Mesa Diretora do Senado ao Conselho de Ética, Calheiros é acusado de participar de um esquema de desvio de dinheiro em ministérios comandados pelo PMDB. A fraude teria sido coordenada pelo lobista Luiz Garcia Coelho, pai de uma funcionária do senador.

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