Tráfico internacional

MPF denuncia o traficante colombiano Juan Carlos Abadia

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14 de setembro de 2007, 22h15

O Ministério Público Federal em São Paulo denunciou o traficante colombiano Juan Carlos Ramires Abadia, procurado pela Justiça norte-americana, à 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Ele está preso preventivamente com outros sete acusados. A denúncia diz que o colombiano montou no Brasil uma quadrilha para lavar pelo menos US$ 9 milhões, resultado do tráfico internacional de drogas.

Para fugir da Justiça americana, de acordo com o MP, Abadia é acusado de usar mais de 30 documentos falsos e corromper agentes públicos. A procuradora da República Thaméa Danelon Valiengo denunciou outras 15 pessoas. A denúncia será apreciada pelo juiz federal Fausto Martin de Sanctis.

Abadia é processado nos Estados Unidos por tráfico internacional de drogas. Depois do pedido de extradição formulado pelos EUA para o governo colombiano, Abadia fugiu para o Brasil em julho de 2004. O acusado contou em depoimento à Polícia Federal que partiu de barco da Venezuela para o Ceará, com US$ 4 milhões. Da mesma forma, trouxe mais US$ 5 milhões ao país.

Consta na denúncia, que no Brasil, Abadia e Henry Edval Lagos, provável companheiro de quadrilha e mais conhecido como Pacho, contrataram o piloto André Luis Telles Barcellos, que os trouxe de Camocin (CE) para Araxá (MG) pelo valor de US$ 30 mil. Barcellos passou, então, a integrar o grupo, ajudando com a compra de bens, imóveis, falsificação de documentos e na ocultação do dinheiro, de acordo com o MP.

Barcellos receberia mensalmente de US$ 5 a 8 mil para participar do esquema. Pacho é acusado pelos crimes de quadrilha e lavagem e está foragido. Outros dois integrantes do bando de Abadia, Cesar Daniel Amarilla ou Frank Zambrano e Victor Manuel Moreno Ibarra, também conseguiram escapar antes da operação policial, mas são acusados dos mesmos crimes. Barcellos é acusado pelos crimes de lavagem, quadrilha, falsificação e corrupção ativa e está preso preventivamente.

O Ministério Público afirma que a mulher de Abadia, Yéssica Paola Rojas Morales, que também usava nome falso no Brasil, tinha papel preponderante no grupo. Ela seria a contadora e responsável por pagamentos aos membros e ajudantes da quadrilha. Com a fuga de Pacho, Yéssica passou a pagar diretamente os “salários” das pessoas que ajudaram a quadrilha, como o casal Daniel Brás Maróstica e Ana Maria Stein, responsável pela compra da casa no condomínio Aldeia da Serra, na Grande São Paulo, onde Abadia foi preso com a mulher.

Yessica é acusada pelos crimes de lavagem, quadrilha e uso de documentos falsos. O casal responde por lavagem e quadrilha e também se encontra preso preventivamente.

A PF apreendeu com Abadia e na casa de um dos integrantes do bando o total de US$ 1,2 milhão, 604 mil euros e R$ 15 mil. Com o apoio de membros da quadrilha e de pessoas recrutadas no Brasil, o Ministério Público diz que Abadia comprou em nome de laranjas três casas, em São Paulo, Florianópolis e Angra dos Reis, uma fazenda no Rio Grande do Sul e um sítio em Pouso Alegre (MG), além de uma lancha, sete carros e duas motos.

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