Extradição em jogo

Peru critica Justiça do Chile pela demora no caso Fujimori

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12 de setembro de 2007, 16h18

O presidente peruano Alan García criticou, na terça-feira (11/9), a demora da Corte Suprema do Chile em anunciar se extraditará o ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori. A decisão, que já foi tomada, deve ser revelada apenas no dia 20 de setembro. A informação é do jornal El Mercurio.

García assegurou que confia no “espírito jurídico” dos ministros da 2ª Sala Penal da corte chilena. Ele não quis se pronunciar sobre o que esperar do que ocorrerá. Segundo o presidente, o governo de seu país não cruzará os braços se a decisão for favorável a Fujimori.

Na segunda, especulou-se que a decisão seria anunciada esta semana, mas os ministros da corte chilena mudaram de opinião e alteraram a data.

O ministro Alberto Chaigneau, relator e presidente da sala, já tem o acordo quase pronto e somente precisa afinar alguns detalhes. O atraso acontece por um pedido do ministro Nibaldo Segura, que se ausentará do tribunal por alguns dias.

Os ministros Alberto Chaigneau, Nibaldo Segura, Jaime Rodríguez Espoz, Rubén Ballesteros e Hugo Dolmestch analisaram durante duas semanas os 10 volumes do processo contra Fujimori, que é acusado por 12 crimes. Entre eles, o de corrupção e de violação dos direitos humanos. Sabe-se que a decisão não foi unânime.

Segundo fontes próximas a Fujimori, em caso de vitória, ele ficará por um tempo no Chile até voltar em vôo sem escalas para o Japão, onde foi candidato derrotado ao Senado. O ex-presidente tem dupla nacionalidade. Ele planeja fazer um vôo sem parada para que o Peru não consiga a extradição.

Em julho, Fujimori obteve sua primeira vitória judicial no Chile. O juiz Orlando Alvarez rejeitou a sua extradição para o Peru, que recorreu da decisão.

O político nipo-peruano é acusado pelo desaparecimento de pessoas, homicídio qualificado, lesões graves, traição à pátria, peculato, má utilização de dinheiro público e corrupção ativa de funcionários.

Enquanto não se resolve o caso, Fujimori continuará em prisão domiciliar, que cumpre em uma luxuosa mansão em Santiago. Ele governou o Peru entre 1990 e 2000, quando foi destituído do cargo em meio a um escândalo de corrupção e se refugiou no Japão.

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