Voz reconhecida

Abadia foi identificado graças a agência antidrogas dos EUA

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4 de setembro de 2007, 11h57

O narcotraficante colombiano, Juan Carlos Ramirez Abadia, preso no dia 7 de agosto, só conseguiu ser identificado graças a uma amostra de sua voz fornecida pelo agente Kevin Wilson, da DEA de São Paulo, que é a agência antidrogas dos Estados Unidos.

O documento que revela o fato está no processo de Abadia, que corre em segredo de Justiça. O inquérito e o processo foram obtidos pela revista Consultor Jurídico

No inquérito, ele disse que é um traficante independente e nunca pertenceu a nenhum cartel. “Gostaria de esclarecer que conheço todas as pessoas do Cartel de Norte Valle, mas cada um tem seu negócio independente”, contou Abadia.

Conheça a íntegra do relatório sigiloso que identificou Abadia:

U.S. Department of Justice

Drug Enforcement Administration

Washington D.C. 20537

Ilmo Sr. Dr

Fernando Destito Francischini

Chefe da COESF- Serviço Regional Sul

Ministério da Justiça

Departamento da Polícia Federal

Ref. Relatório de Informação

Prezado Dr. Francischini

O escritório da DEA/SP vem por meio deste ofício transmitir as informações que se seguem:

A Polícia Federal em São Paulo e Curitiba está investigando uma organização criminosa destinada ao tráfico internacional de entorpecente em conjunto com este escritório denominada “Operação Farrapos”. O principal alvo dessa investigação, Marcelo Xavier Unzue, é suspeito de ser, na realidade, Juan Carlos Ramirez-Abadia, vulgo “Chupeta”, considerado um dos maiores traficantes internacionais de droga e um dos grandes lavadores de dinheiro, pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos/Drug Enforcement Administration (DEA) e pela Polícia Federal da Colômbia. Atualmente, é procurado por cometimento de vários crimes em cortes federais pelos Estados Unidos.

O DPF e a DEA têm se empenhado no sentido de confirmar a verdadeira identidade de Unzue, sendo um dos métodos utilizados para a verificação o reconhecimento pela voz. Recentemente, o DPF de São Paulo e Curitiba forneceu à DEA um áudio contendo uma conversa telefônica de Unzue, interceptada com autorização judicial cabida. A DEA/SP prosseguiu na disseminação da informação para outros escritórios da DEA com o intuito de identificar os membros da família, ex-sócios, parceiros e outros que pudessem ter ligação com o investigado. Como resultado, obtivemos que todos, unanimemente, afirmaram que a voz contida nas gravações se trata de Ramirez-Abadia.

Era o que tínhamos a informar

Disponibilizamo-nos para os esclarecimentos que se façam necessários.

Atenciosamente

Kevin Wilson

Resident Agent in Charge

Drug Enforcement Administration

Consulado Geral dos Estados Unidos

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