O ministro da capa

Revistas elogiam desempenho de Joaquim Barbosa no Supremo

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1 de setembro de 2007, 16h52

Se o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, encerrado nesta terça-feira, depois de 5 sessões e 30 horas de debates, pode ser considerado histórico, o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa é o herói nacional da vez. O ministro, que conseguiu transformar em réus os 40 acusados de participar do esquema de compra de apoio parlamentar para o governo petista, está na capa de duas revistas semanais e recebeu menções elogiosas também da terceira.

No momento de máxima exposição do Supremo, não tem faltado pauta para falar dos ministros que o integram. Assim, o foco já sefirmou sobre a ministra Cármen Lúcia eo ministro Ricardo Lewandowski, por causa da indiscreta troca de informações pelo computador no plenário do tribunal. Lewandowski voltou a ser alvo da indiscrição jornalística ao ter o teor de uma conversa particular sobre o julgamento transcrita nos jornais. Neste sábado foi a vez da presidente Ellen Gracie incrementar a polêmica sobre grampos nos telefones ministeriais, tema que antes já havia colocado em evidência os ministros Marco Aurélio e Gilmar Mendes. Até mesmo o ministro indicado CArlos Alberto Direito não escapou das fofocas e boatos diantes de sua confirmação relâmpago para o cargo pelo Senado, na última quarta-feira. Para Joaquim Barbosa, no entanto, só sobraram elogios.

Em reportagem especial intitulada, “O Brasil nunca teve um ministro como ele”, a Veja diz : “No julgamento histórico em que o STF pôs os mensaleiros (e o governo e o PT) no banco dos réus, Joaquim Barbosa foi a estrela – ele, o negro que fala alemão, o mineiro que dança forró, o juiz que adora história e ternos de Los Angeles e Paris”. A revista da Editora Abril acrescenta, ao apresentar o ministro como um “Lulista implacável”: “O ministro Joaquim Barbosa, mineiro de 52 anos, votou em Lula, mas foi implacável na denúncia do mensalão – cujos arquivos chegou a estudar até durante as férias em Viena. Das 112 votações que o tribunal fez durante o julgamento, o voto de Barbosa foi seguido pelos pares em todas as ocasiões – e, em 96 delas, por unanimidade. Ele diz: “Nem eu esperava tanto””

.Já para a revista Época “a conduta de Joaquim Barbosa no julgamento do mensalão representa um choque positivo no combate à impunidade”, e destaca na abertura da matéria que “O meia-atacante, elogiado pela habilidade explosiva em campo, foi o dono da bola na semana passada. Conduziu com sobriedade e competência a decisão do Supremo que mandou para o banco dos réus os 40 denunciados pela Procuradoria- Geral da República no escândalo do mensalão, entre eles o mais importante ministro e toda a cúpula do PT dos primeiros anos da era Lula”.

A revista IstoÉ colocou na sua capa o pivô do mensalão, o empresário de publicidade mineiro Marcos Valério. A revista fala de sua suposta perplexidade com o recebimento da denúncia pelo STF e da real preocupação com o futuro. Valério diz estar ciente do risco que corre de pegar mais de 60 anos de cadeia e lamenta não ter falado mais, sugerindo que tem informações que podem comprometer muita gente do governo ainda.

A IstoÉ aborda também o julgamento do STF, a que chama de histórico e conclui dizendo que o STF já está tomando providências para levar o caso até o fim em tempo razoável: “Os ministros do STF, no entanto, parecem estar convencidos a continuar a mudar a história da instituição. Na semana passada, a presidente do Supremo já articulava com juízes federais de todos os Estados uma estratégia para dar velocidade às próximas etapas do processo. A principal é agilizar a oitiva das testemunhas que os 40 réus irão indicar de norte a sul do País. O desafio é fazer com que essas convocações não fiquem paradas nas prateleiras do Judiciário e que os depoimentos sejam brevemente remetidos ao STF. Se der certo, é possível que antes de Lula terminar seu segundo mandato os 40 réus sejam julgados definitivamente”.

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