Araponga bilionária

EUA gastaram US$ 43,5 bilhões com espionagem em 2007

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31 de outubro de 2007, 15h29

O governo dos EUA gastou US$ 43,5 bilhões em serviços de inteligência no ano de 2007. O dado consta de documento tornado público, na noite desta terça-feira (30/10), pelo diretor nacional de inteligência do país, Mike McConnell. As informações são do site Findlaw.

O orçamento da espionagem americana é mais de 2 mil vezes maior do que o orçamentos da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência. Seu orçamento em 2007 ficou na casa dos R$ 40 milhões. A agência, dirigida pelo ex-diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, tem 1.500 funcionários e conta com 69 escritórios e subunidades.

A divulgação do balanço deve-se ao cumprimento de lei, estabelecida após os ataques terroristas de 11 de setembro, pela qual as somas gastas em inteligência devem ser detalhadas ao público.

Ao todo, 16 agências de inteligência são irrigadas pela soma, que vão desde a CIA, a Central de Inteligência, passando pelo Departamento de Defesa até o Departamento do Tesouro (que abriga o serviço secreto dos EUA). Pela lei, os gastos com inteligência devem ser tornados públicos 30 dias após o fechamento do ano fiscal, que ocorre a 30 de setembro.

A CIA só havia liberado estes números, antes dos atentados contra as Torres Gêmeas, em 1997 e 1998, quando foram gastos, respectivamente, US$ 26,6 bilhões e US$ 26,7 bilhões em serviços de inteligência. Cerca de 80% da verba de 2007 foi consumida por agência militares.

No Judiciário americano há quem suspeite que boa parte desse dinheiro tenha sido gasto em operações ilegais. Por exemplo, a juíza Ann Aiken, de Portland, no Oregon, decidiu, em setembro, que são inconstitucionais dois provimentos acrescentados ao Ato Patriótico, a lei anti-terrorismo aprovada como resposta aos atentados de 11 de setembro. Motivo: admitem grampos telefônicos e buscas ilegais, sem a necessidade de demonstrar as causas que geraram essas ações.

Proposto pelo governo do presidente George Bush, o Ato Patriótico foi aprovado pelo Congresso americano 45 dias após o 11 de setembro sem nenhuma consulta à população. O significado da expressão Patriotic — Provide Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism — explica a intenção do governo Bush: gerar ferramentas necessárias para interceptar e obstruir atos de terrorismo.

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