Pedido formal

Estados Unidos entregam documento da extradição de Abadía

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22 de outubro de 2007, 17h17

O governo dos Estados Unidos entregou, na quinta-feira (18/10), a documentação exigida para formalizar o pedido de extradição do megatraficante colombiano Juan Carlos Abadía. A ação, que tramita no Supremo Tribunal Federal, tem a relatoria do ministro Eros Grau.

Os documentos foram entregues ao Supremo pelo Ministério da Justiça, que já estava com eles em mãos há alguns dias. O pedido chegou dentro do prazo de 60 dias, estabelecido pelo Tratado de Extradição entre os dois países.

Preso em 7 de agosto e levado para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS), Abadía responde no Brasil pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, uso de documento falso e corrupção ativa.

Na semana passada, quatro testemunhas confirmaram as acusações. Segundo a procuradora da República Adriana Scordamaglia, os depoimentos foram “satisfatórios” e reforçam a linha de acusação do Ministério Público. O processo corre em segredo de Justiça.

Nos EUA, Abadía é acusado de crimes bem mais pesados: tráfico internacional de droga e, pelo menos, 13 assassinatos. Mesmo assim, a estratégia da defesa do colombiano consiste em obter a extradição o mais rápido possível. Com a extradição, ele terá dois benefícios. O primeiro porque a lei brasileira limita em 30 anos a pena a que poderá ser condenado nos Estados Unidos. O segundo porque a legislação americana permite uma ampla negociação entre o réu e a Justiça, antes do início do processo.

Normalmente, uma ação desta leva até dois anos para ser julgada. A defesa de Abadía, no entanto, espera e torce para que o pedido seja julgado até o fim do ano. A pressa se baseia em uma idéia básica: quanto mais tempo demorar, menos valor terão as informações que o preso dispõe para negociar com os promotores e juízes americanos.

O Ministério Público calcula que Abadía tenha trazido ao Brasil cerca de US$ 9 milhões, dinheiro que se presume produto do tráfico de drogas. No Brasil, o colombiano investiu principalmente em imóveis. Sua fortuna no exterior, entretanto, é incalculável. Ele seria o titular de cerca de 20 empresas e teria mais de 300 imóveis na Colômbia e nos Estados Unidos.

Formado na América

Com 44 anos, ele foi preso no condomínio de classe média alta de Aldeia da Serra, na Grande São Paulo. Ele é formado em engenharia e em administração de empresas por uma Universidade de Miami, nos Estados Unidos, cidade onde fez seus estudos superiores e onde iniciou suas atividades no tráfico internacional de drogas.

Junto com Abadía foram presas outras 16 pessoas. Entre elas, Yéssica Paola Rojas Morales, apontada como a mulher do traficante e denunciada pelo Ministério Público como a contadora e responsável pelos pagamentos aos membros da quadrilha. Em depoimento à Polícia, após sua prisão em São Paulo, Abadía inocentou Yessica, a “Gege”, de envolvimento com qualquer atividade criminosa. Ela nasceu em Cartagena, na Colômbia, em 13 de abril de 1981, se diz “solteira, do lar e com o segundo grau incompleto”.

Ext 1.103

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