República em crise

Renan Calheiros se licencia da Presidência do Senado

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11 de outubro de 2007, 19h49

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu licença de 45 dias da Presidência do Senado. O anúncio foi feito em pronunciamento transmitido pela TV Senado. A saída acontece 139 dias depois do começo da crise e sob muita pressão. No discurso, Renan afirmou que quer preservar a harmonia do Senado e evitar constrangimentos entres os senadores.

Negando as acusações que pairam sobre ele, Renan declarou: “agindo assim, afasto de uma vez por todas o mais injusto pretexto para dar corpo às representações, enviadas sem qualquer indício ou prova ao Conselho de Ética. Com esse gesto, preservo a harmonia do Senado Federal, deixo claro o meu respeito aos interesses pelo país”.

“O poder é transitório, enquanto a honra é poder permanente que não sacrifico em nome de nada”, disse. O senador continua no mandato parlamentar, mas não preside a Casa. O substituto natural é Tião Viana (PT-AC), o primeiro vice-presidente do Senado.

Renan ainda responde a três processos no Conselho de Ética e pode responder ao quarto, caso a Mesa Diretora decida encaminhar a representação. No dia 12 de setembro, o presidente licenciado do Senado foi absolvido da primeira acusação contra ele, de que teve despesas pessoais pagas por um lobista ligado à construtora Mendes Júnior.

A segunda representação trata de suposto beneficiamento à cervejaria Schincariol, tem como relator o senador João Pedro (PT-AM). Na última quarta, o senador Jéfferson Peres (PDT-AM) foi designando para relatar o terceiro processo contra Renan, que o acusa de ter utilizado “laranjas” para comprar emissoras de rádio em Alagoas.

A quarta representação, sobre um esquema de arrecadação de dinheiro em ministérios comandados pelo PMDB, será relatada pelo senador Almeida Lima (PMDB-SE), fiel aliado de Renan. O presidente licenciado ainda pode responder a um quinto processo, que já está na Mesa do Senado, mas ainda não foi encaminhado para o Conselho de Ética. Ele trata da denúncia de que Renan estaria por trás de um esquema de espionagem dos senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).

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