Briga entre poderes

Presidente da Colômbia e ministro trocam acusações

Autor

10 de outubro de 2007, 16h58

O Executivo e Judiciário da Colômbia estão em guerra. As trocas de acusações ocupam a agenda política do país nesta semana. Na segunda-feira (8/10), o presidente Álvaro Uribe acusou publicamente o ministro do Tribunal Supremo, Iván Velásquez, e agentes da promotoria de achacarem o paramilitar José Orlando Moncada Zapata (conhecido como Tasmania) para vincular o presidente a atentado contra o político de extrema-direita Alcides de Jesús Durango.

Na nota, Uribe disse que o Tasmania escreveu uma carta para adverti-lo sobre um juiz, que teria oferecido benefícios jurídicos por uma acusação contra o presidente. “Estou no direito e no dever de pedir uma investigação”, disse Uribe ao defender o conteúdo do comunicado.

Na terça-feira (9/10), Velásquez desmentiu a versão de Tasmânia e reiterou que o nome de Uribe não foi mencionado na diligência. Antes de receber a carta do preso, Uribe havia telefonado ao juiz para perguntar sobre os acontecimentos. Para o Supremo, o telefonema foi uma “obstrução” do Executivo ao trabalho da Justiça.

“Uribe está interferindo na administração que nós exercemos”, disse o presidente do Tribunal Supremo, César Julio Copete Valencia, antes de se reunir em sessão extraordinária com os outros 22 magistrados para analisar a crise.

A polêmica surgiu no meio do processo chamado “parapolítica” no qual o Tribunal vinculou o nome de 40 congressistas, a maioria deles aliados de Uribe. O porta-voz do Supremo antecipou que Velásquez, que coordena as investigações, viajou para Medellín para “checar uma prova” relacionada ao processo. No processo, “não foi mencionado o senhor Presidente da República”, acrescentou Valencia.

A juíza Ana Elena Gutiérrez, da equipe da promotoria em Medellín, concordou com ele. Ela acompanhou Velásquez e a auxiliar Luz Adriana Camargo no processo sobre Tasmânia.

*Com agências de notícias

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!