No lugar errado

Americanos acusam fotógrafo da AP de terrorismo no Iraque

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21 de novembro de 2007, 23h01

O fotógrafo iraquiano, Bilal Hussein, da agência internacional de notícias Associated Press, estava sempre presente nos locais onde ocorriam ataques iraquianos contra a ocupação americana. Esta foi a justificativa para os militares americanos começarem a investigar o fotógrafo e prende-lo.

Segundo o Pentágono, Hussein foi detido por ter, em sua casa, material para a fabricação de bombas, propaganda contra a ocupação e uma foto de uma instalação militar americana considerada como de espionagem.

O caso, agora, deve passar para a Justiça iraquiana. Os militares americanos querem que ele seja indiciado por terrorismo. Eles afirmam haver evidências adicionais de que o repórter é um “terrorista em operação na mídia”, infiltrado na agência de notícias AP.

A defesa do fotógrafo diz que desde que foi preso, em abril de 2006, ele foi interrogado duas vezes e nunca teve acesso às provas levantadas contra ele. Caso o fotógrafo não seja acusado formalmente e não venha a responder a algum processo, terá de solto no dia 12 de dezembro.

A AP afirma que Hussein é apenas um fotógrafo em zona de guerra. O presidente da agência de notícias, Tom Curley, acusa os militares de perseguir o fotógrafo porque divulgava informações que não interessavam aos interesses dos Estados Unidos.

A AP conta que Hussein, hoje com 36 anos, foi seqüestrado pelos militares americanos depois de abrigar estranhos em sua casa após uma explosão em Faluja. Marines detiveram o fotógrafo e os hóspedes, e apreenderam seu laptop e o celular. Mais tarde, usaram seu apartamento como posto de observação.

Hussein faz parte da equipe de jornalismo fotográfico que ganhou o prêmio Pulitzer em 2005. ONGs que defendem a liberdade de imprensa fazem campanha pela libertação do jornalista. Adesões podem ser feitas pelo site www.freebilal.org.

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