Terra sem lei

Pastoral da Terra diz que religioso é ameçado no sul do Pará

Autor

20 de novembro de 2007, 18h58

A Polícia Militar de Xinguara (sul do Pará) recebeu a denúncia de que três pistoleiros foram contratados por R$ 50 mil para assassinar frei Henri de Roziers, advogado da Comissão Pastoral da Terra. A entidade da Igreja Católica tem como bandeiras a luta pela terra, o combate ao trabalho escravo e à impunidade.

Por conta de sua atividade, a Comissão conta que o frei, que é francês, recebe muitas ameaças. Por ordem do governo estadual, desde fevereiro de 2005, após o assassinato da missionária americana Dorothy Stang por pistoleiros, o religioso está sob a proteção da Policia Militar.

“No entanto, diante do contexto em que se vive no estado do Pará, marcado pela violência e pela impunidade, não faz sentido oferecer proteção policial aos ameaçados de morte se não são adotadas medidas eficazes para sequer concretizar as condenações judiciais referentes aos mandantes e executores de trabalhadores rurais”, alerta a Comissão Pastoral da Terra.

Representantes da entidade informam que há anos conversam com os responsáveis pela Segurança Pública do Pará para que a polícia investigue a origem das ameaçam e que faça um trabalho preventivo para evitar mortes. “Todavia isto não tem sido prioridade para o estado, pois é mais cômodo oferecer segurança policial para os casos de maior repercussão”, criticam.

De acordo com levantamento feito pela Comissão Pastoral da Terra, no período de 1971 a 2006 foram registrados 814 assassinatos na área rural, no Pará. Desses, 568 permanecem sem apuração. Os casos investigados resultaram em 92 processos criminais. O Tribunal do Júri cuidou de 22 julgamentos. Todos com condenação: 16 pistoleiros e seis mandantes. Em 2006, segundo a CPT, 118 pessoas foram ameaçadas de morte no Pará.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!