Escolha dos vencedores

Jornalistas trocam acusações sobre Prêmio Aberje 2003

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20 de novembro de 2007, 16h04

Enquanto os vencedores da Edição 2003 do Prêmio Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) exibem os seus troféus com orgulho, os organizadores da premiação estão brigando na Justiça. O ex-assessor de imprensa da entidade, Marcelo Lopes, diz que a escolha dos melhores foi feita por uma só pessoa. O então presidente da entidade e acusado de cometer a injustiça, Paulo Nassar, entrou com queixa-crime contra o jornalista por calúnia, difamação e injúria.

A queixa-crime foi considerada improcedente pela juíza Juliana Nobre Correia, do Juizado Especial Criminal e da Família de São Paulo. Segundo ela, a jurisprudência é no sentido de que a configuração dos crimes de calúnia, difamação e injúria dependem da intenção do acusado. Para a juíza, Marcelo Lopes atuou como cidadão e jornalista ao pretender a apuração dos fatos.

Paulo Nassar recorreu da decisão. O Colégio Recursal foi instado a se manifestar, mas a juíza relatora se declarou incompetente. Segundo ela, somadas as possíveis punições para os crimes em que o jornalista é acusado, a competência passaria para a Justiça Comum. O fato de a acusação ter ultrapassado o prazo para depositar as custas processuais não foi considerado pela juíza, de acordo com a defesa. Agora, o recurso está no Tribunal de Justiça de São Paulo, mas ainda não foi distribuído.

O processo não questiona a validade do concurso. Gira em torno apenas das acusações contra o ex-assessor de imprensa da Aberje.

Prêmio 2003

Marcelo Lopes conta que sempre cuidou da premiação. Desde a formulação do regulamento até o convite para os jurados. Em 2003, os convites chegaram tarde. Quando a comissão julgadora foi convocada, todos os vencedores já tinham sido escolhidos pelo presidente da entidade, segundo declarações do jornalista.

Lopes divulgou e-mails aos demais integrantes do Conselho Deliberativo da Aberje para informá-los sobre as suas suspeitas. O presidente da entidade se sentiu ofendido.

Paulo Nassar, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, afirma que tudo não passou de uma dificuldade, “felizmente superada a partir de uma postura ética”. Segundo ele, o problema foi que a divulgação dos vencedores aconteceu antes da conclusão do processo de escolha. “Ainda na fase de seleção (responsabilidade do coordenador do prêmio e sua equipe), foi divulgada precipitadamente no site da entidade a potencial relação de premiados”, explicou.

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