Povo dominado

Ativista denuncia na Europa violência no Saara Ocidental

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11 de novembro de 2007, 12h33

A estudante e ativista dos direitos humanos Rabab Amidane, de 22 anos, do Saara Ocidental, denunciou em Portugal as graves violações de direitos humanos cometidas pelas autoridades marroquinas contra os saaraúis, povo da região incorporada ao Marrocos.

Rabab participou na reunião anual do Western Sahara Resource Watch, associação de apoio ao Saara Ocidental, em São Paio do Mondego e nos debates que se lhe seguiram na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, na Universidade do Minho em Braga e no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas em Lisboa. Na Holanda, onde Rabab é esperada dentro de alguns dias, também estão sendo organizadas manifestações de repúdio a violações dos direitos humanos.

Entre o choque e a indignação, os estudantes portugueses ouviram o relato da repressão policial contra uma manifestação pacífica em Marraqueche, em que uma colega de Rabab, Sultana Khaya, perdeu uma vista. O conflito pela soberania do Saara Ocidental começou em 1975, quando o Marrocos ocupou o local, ex-colônia espanhola.

Em meio a sua viagem de apelo contra a violência do povo do Saara Ocidental, Rabab ficou sabendo por meio de um telefonema que toda a sua família mais próxima foi presa pelas tropas de ocupação marroquinas. A sua mãe, a sua irmã mais velha e também a mais nova, de apenas 14 anos, foram levadas pelas tropas e a sua casa foi destruída.

Dois amigos da irmã mais nova, Khavat e Said Yahdih Aliwa, foram igualmente presos, assim como uma vizinha, Ghalina ment Barhah. Ghalina tinha sido presa anteriormente e sofrera, como conseqüência dos maus tratos, um aborto espontâneo. O irmão de Rabab, El Ouali, já estava na cadeia: tinha sido detido por ter participado em manifestações no início deste ano e condenado a cinco anos de prisão.

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