Propinoduto italiano

Demarco diz que não recebeu dinheiro da Telecom Italia

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8 de novembro de 2007, 17h32

O empresário Luís Roberto Demarco Almeida enviou notificação à revista eletrônica Consultor Jurídico contestando informações publicadas na reportagem Propinoduto italiano – Caso das teles cresce na Itália e aperta brasileiros. A notificação, assinada pelos advogados Maria Elizabeth Queijo e Eduardo Medalion Zynger, informa que Demarco “não conhece nem manteve qualquer contato com “Bernardini” ou “Luciane Araújo”, muito menos recebeu recursos ou os repassou a quem quer que seja”.

A reportagem, publicada na ConJur nesta quinta-feira (8/11), trata das investigações do Ministério Público italiano sobre um amplo esquema de espionagem e corrupção montado pela multinacional de telecomunicações Telecom Itália naquele país com ramificações no Brasil.

A reportagem reproduz o teor das informações do ex-chefe de segurança da empresa Mario Bernardini prestadas a procuradores italianos. Segundo o depoimento de Bernardini, que declarou em troca dos benefícios da delação premiada, a Telecom Italia distribuiu generosas propinas no Brasil a parlamentares, servidores públicos, lobistas e agentes da Polícia Fedreal para que favorecessem a empresa em sua disputa com o Grupo Opportunity pelo controle acionário da Brasil Telecom. De acordo com Bernardini, Demarco seria um dos beneficiados com os pagamentos.

As acusações do ex-chefe de segurança da Telecom Itália foram confirmadas em entrevista concedida com exclusividade à ConJur por Luciane Araújo, uma brasileira que trabalhou como intérprete-tradutora na Telecom Italia. Também citado na reportagem, o lobista brasiliense Alexandre Paes dos Santos nega qualquer envolvimento com os fatos e personagens do propinoduto das teles.

Em sua defesa, Demarco apresenta sua versão do caso Kroll: “Quando controlada pelo Grupo Opportunity, a Brasil Telecom S.A. contratou a Kroll, empresa de investigação internacional para investigar desafetos do aludido grupo. O notificante, envolto em diversos litígios com o Grupo Opportunity e Daniel Valente Dantas, no Brasil e no exterior, foi alvo de achaque de investigadores inescrupulosos”. Ainda segundo Demarco, sua vida e a de seus familiares, bem como suas empresas foram vasculhadas pelos investigadores, de forma criminosa “muitas vezes com o auxílio de servidores públicos”.

Diz ainda que o Ministério Público ofereceu três denúncias contra Daniel Dantas que foram acolhidas pela 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Demarco informa que foi admitido como assistente de acusação em duas delas.

Depois de acusar órgãos da imprensa de disseminar informações falsas a seu respeito para favorecer Daniel Dantas, Demarco, por seus advogados, exige a retirada da reportagem publicada na Consultor Jurídico.

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