Operação Kaspar II

PF investiga esquema de envio ilegal de divisa para a Suíça

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6 de novembro de 2007, 12h51

A Polícia Federal realiza, nesta terça-feira (6/11), operação para desmontar um esquema de envio ilegal de dinheiro para a Suíça. Policiais cumprem 22 mandados de prisão e 44 de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Bahia e Amazonas.

Segundo a Polícia Federal, a investigação, que durou um ano e meio, apurou que bancos suíços abriam contas numeradas e codificadas para onde os brasileiros enviavam dinheiro não declarado. Estas contas codificadas dificultavam a identificação dos titulares.

Ainda, de acordo com a Polícia, parte dos recursos enviados para a Suíça era usada para o pagamento de fornecedores, no exterior, que subfaturavam as importações. Alguns clientes brasileiros usavam doleiros para o esquema.

As ordens de prisão temporária (por cinco dias) e de busca e apreensão foram expedidas pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

Os investigados responderão por seis crimes: gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, formação de quadrilha e funcionamento de instituição financeira sem autorização do Banco Central. As penas máximas somadas atingem 40 anos de prisão.

Kaspar I

A primeira Operação Kaspar aconteceu em abril deste ano, quando a Polícia Federal prendeu 19 pessoas em São Paulo. As investigações, que tiveram início em setembro de 2006, têm como objetivo identificar líderes e integrantes de cinco grupos de doleiros (pessoas que atuam no mercado de moedas estrangeiras sem possuir autorização do Banco Central) que agiriam no mercado negro de câmbio para promover a evasão de divisas do país.

Entre os presos na ocasião estava o advogado José Eduardo Savóia, acusado de participar de uma quadrilha de doleiros. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça indicariam que a quadrilha recebia informações sobre as operações desencadeadas pela Polícia, permitindo a destruição de possíveis provas das atividades ilícitas. Em junho, o STF negou o pedido de Habeas Corpus ao advogado.

Kaspar é o nome do primeiro capitão da guarda suíça responsável pela segurança do Vaticano. Assim, o nome da operação faz referência ao início da investigação que foi o envolvimento de um banco suíço na guarda de valores de origem ilícita de seus clientes no Brasil.

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