Ação bilionária

Bovespa é citada em processo bilionário movido por Nahas

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1 de novembro de 2007, 17h36

A Bovespa foi citada no processo movido contra ela pelo ex-especulador Naji Nahas. Na ação, ele pede R$ 10 bilhões de indenização por causa da confusão que redundou na quebra da Bolsa do Rio de Janeiro, em 1989. A informação é do blog Radar online do jornalista Lauro Jardim.

Desde o dia 10 de outubro, a Bovespa vinha escapando da citação, por meio de manobras, segundo o blog. O processo havia sido protocolado na Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro no dia 2 de outubro.

Na sexta-feira (29/10), a bolsa se tornou uma empresa de capital aberta. Os valores movimentados giraram em torno de R$ 5.064 bilhões (US$ 2.853 bilhões). A ação pode preocupar os investidores.

No final dos anos 80, Nahas era um dos maiores investidores de ações do país. Em junho de 1989, deixou de honrar financiamentos tomados para comprar papéis e desencadeou a crise no mercado de ações brasileiro que arrasou a bolsa do Rio.

Na ação, o advogado Sérgio Tostes, da Tostes e Associados, pede a condenação da Bovespa e da BVRJ por ter confiscado a parte da carteira de ações de Nahas que, segundo ele, estava custodiada nas duas bolsas e não era usada como garantia dos financiamentos.

Nahas diz que possuía 5 milhões de ações da Vale do Rio Doce, 4 milhões de ações da Petrobras, além de papéis de empresas como White Martins e Suzano, que totalizavam 300 milhões de cruzados novos (na época, o equivalente a 225 milhões de dólares).

“A Vale e a Petrobras estavam com preço baixo e, por isso, comecei a comprar”, diz Nahas. A ação também pede a condenação da Bovespa porque Eduardo da Rocha Azevedo, então presidente da bolsa, teria pressionado bancos que financiavam Nahas para que cortassem o seu crédito.

“Isso não vai dar em nada. E, se Nahas falar no meu nome, processo ele”, ataca Rocha Azevedo. O advogado Paulo Aragão, que cuida do IPO (oferta de ações) da Bovespa, previsto para novembro, faz outra leitura: “O momento que ele escolheu para fazer isso, após quase 20 anos, mostra que o objetivo é pouco legítimo.”

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