Caso da ex-miss

Médico que ameaçou prefeito por causa de miss será internado

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23 de março de 2007, 0h01

O juiz João Marcos Buch, da 2ª Vara Criminal de Joinville (SC), declarou inimputável o médico Paulo Eduardo de Paiva e Venturelli, acusado de fazer ameaças ao prefeito de Joinville, Marcos Tebaldi.

Na mesma sentença, na quarta-feira (21/3), o juiz impôs medida de segurança pessoal ordenando a sua internação em um hospital psiquiátrico. “Consistente na internação do réu em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ressalvada a possibilidade de outra internação em estabelecimento particular, às suas expensas, enquanto não for averiguada, através de perícia médica, a cessação da periculosidade, cujo período não poderá ser inferior a um ano (art. 97, §1º, do CP), observada a detração do período que já está internado”, afirmou.

Em sua sentença, Buch alegou que, “todavia, no caso sub-judice, ainda que tenha o laudo declinado ser o tratamento psiquiátrico ambulatorial com a supervisão e apoio familiar a orientação mais recomendável a ser trilhada, impõe-se a interdição do acusado como caminho mais judicioso a ser seguido. E isso porque, conforme se depreende dos autos, tão logo restabelecida a liberdade do acusado com a revogação de sua prisão preventiva, voltou a incorrer nos mesmos delírios persecutórios, demonstrando comportamento não harmonizado com a medida recomendada, o que causa receio a este Juízo de que leve a cabo as ameaças externadas”.

O caso

O médico pediu informações ao prefeito sobre o eventual desaparecimento da ex-miss Brasil Taíza Thomsen. Ele já havia sido preso em fevereiro deste ano por insistir nas ameaças ao prefeito. No dia 8 de janeiro, a Procuradoria informou que Venturelli voltou a telefonar para o prefeito, em tom ameaçador. O médico teria proferido uma série de ofensas, insinuações e acusações contra o Tebaldi.

O comportamento do médico, segundo os procuradores, “apresenta alterações psico-patológicas compatíveis com transtorno delirante com sintomas psicóticos paranóides, caracterizados por delírios persecutórios de controle e auto-referentes”.

No mesmo dia das ofensas, Tebaldi distribuiu uma nota oficial sobre o desaparecimento da ex-miss. Negava qualquer relacionamento com a jovem. O prefeito prometeu processar um jornal da cidade por ter publicado uma entrevista com a mãe de Taíza. Ela revela que recebeu um telefonema da mulher de Tebaldi perguntando sobre o suposto envolvimento dele com a ex-miss. Segundo a nota, o prefeito considera a entrevista como um ataque descabido e mentiroso sobre sua honra.

Taíza, que mora na Inglaterra, sumiu em setembro de 2006, segundo seus familiares. No dia 5 de fevereiro, a Polícia Federal divulgou nota informando que localizou a ex-miss. De acordo com a PF, Taíza informou que estava bem em Londres e que não desejava ser encontrada nem mesmo por seus pais.

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