Morte encomendada

TJ do Amazonas decide se recebe denúncia contra procurador

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22 de março de 2007, 17h26

O Tribunal de Justiça do Amazonas deve decidir, nesta quarta-feira (22/3), se aceita a denúncia contra o procurador afastado Vicente Cruz. Ele é acusado de ter contratado pistoleiros para matar o atual procurador-geral do MP, Mauro Campbell.

O relator do caso, desembargador Domingos Chalub, mandou libertar Cruz, que foi preso no dia 9 de janeiro acusado de encomendar a morte de Campbell por R$ 20 mil para um pistoleiro. Na época, o desembargador argumentou que não havia elementos para manter o procurador preso.

No dia 5 de janeiro, um advogado de Manaus, a pedido de um tal Frank, estelionatário chegado a pequenos golpes, denunciou ao secretário-geral do Ministério Público do Amazonas que estava em andamento uma trama para assassinar o procurador Mauro Campbell Marques.

O próprio Frank contou que tinha sido contratado por R$ 20 mil, por um agenciador conhecido como Élson, para matar o procurador. Até então não se sabia quem era o contratante. Só na manhã de segunda-feira (8/1), o secretário-geral informou Vicente Cruz da denúncia. Cruz ligou imediatamente para Campbell para lhe prestar solidariedade. Em seguida, ligou para o agenciador mandando abortar a trama. Como o telefone do agenciador já estava grampeado com autorização judicial, a Polícia chegou ao contratante.

Vicente Cruz negou a acusação. Sobre as negociações com o agenciador, monitoradas pela Polícia, ele explicou que na verdade se tratava da contratação de uma laje que ele tinha doado a uma igreja de Manaus. O padre da igreja, segundo reportagem no jornal A Crítica, não sabia da laje, nem da doação. Segundo o pároco, Vicente Cruz havia feito uma doação em dinheiro para a igreja e nada mais.

Segundo apurou a Polícia, Frank foi a segunda opção de Vicente Cruz e do agenciador para executar o crime. Antes, Élson havia contratado e pagado um ex-presidiário conhecido como Carioca para fazer o serviço.

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