Transplante macabro

China nega uso de órgãos de condenados em transplantes

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15 de março de 2007, 14h21

A Suprema Corte da China se escusou da acusação de que o Judiciário usaria os órgãos de prisioneiros executados para transplantes. Em entrevista à agência de notícias estatal Xinhua, um dos ministros, que não foi identificado, afirma que o uso de órgãos de condenados é “excepcional”.

Grupos de direitos humanos acusam a China da prática, inclusive para transplante de estrangeiros. Muitos dos executados não teriam autorizado a utilização de seus órgãos.

“Atualmente, a principal fonte dos órgãos para transplantes na China é de doação voluntária de cidadãos mortos de acordo com os seus últimos desejos”, disse o ministro.

A doação voluntária na China é muito baixa, principalmente porque a cultura do país é contra a remoção de partes do corpo depois da morte. Especialistas em transplantes chineses estimam que 99% dos órgãos são de prisioneiros executados, segundo relatório da Anistia Internacional.

Segundo o ministro, o uso em prisioneiros apenas acontece quanto “os criminosos expressaram voluntariamente o desejo de doarem seus órgãos. Ou quando sua família consente. Não há diferencia entre os procedimentos dos cidadãos comuns e os executados”.

A Anistia Internacional diz que a China executou pelo menos 1.770 pessoas em 2005. Isto significa quase 80% de todas as penas de capitais oficiais do mundo. Até a sonegação de impostos é considerada crime punível com morte. O governo não revela o número de execuções.

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