Judiciário paquistanês

Advogados do Paquistão fazem boicote contra demissão de juiz

Autor

12 de março de 2007, 17h42

Advogados paquistaneses mobilizaram um boicote às audiências judiciais, nesta segunda-feira (12/3), em protesto contra decisão do presidente-general Pervez Musharraf de remover do cargo o presidente da Suprema Corte Iftikhar Mohammed Chaudhry, informa a agência de notícias Associated Press.

A decisão do governo coloca em cheque a independência do Judiciário em um país onde o estado é dominado pelos militares, desde 1999.

Chaudhry, que tem a fama de punir os abusos do governo em relação aos direitos humanos, foi suspenso do cargo na sexta-feira (9/3). O governo argumenta que recebeu reclamações contra o magistrado por abuso de autoridade.

O ministro da Informação, Mohammed Ali Durrani, disse que Conselho Supremo do Judiciário (uma espécie de Conselho Nacional de Justiça) julgará o caso do magistrado a partir de terça-feira (13/3). A audiência será a portas fechadas, apesar da pressão para seja pública.

O ministro também negou que Chaudhry estaria em regime de prisão domiciliar. Policiais foram vistos em frente a casa do juiz, em Islamabad, controlando a entrada e a saída de pessoas. O juiz também não tem acesso às conexões de telefone e de televisão. O nome do magistrado foi retirado do site da Suprema Corte. A bandeira do Paquistão foi removida de sua residência.

Em frente a Suprema Corte, advogados gritavam “vergonha, vergonha, vergonha”, enquanto atearam fogo a um boneco alusivo ao presidente.

Tags:

Encontrou um erro? Avise nossa equipe!