Censura atenta

Diogo Mainardi é acusado de preconceito contra nordestinos

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6 de março de 2007, 16h48

O jornalista Diogo Mainardi foi acusado de preconceito contra os nordestinos. O Ministério Público Federal em Sergipe apresentou uma Ação Civil Pública contra o jornalista, com base em escritos de Mainardi publicado em 2005, na coluna que assina na revista Veja e em afirmações feitas no programa Manhattan Connection, do canal de TV por assinatura GNT.

De acordo com o procurador Paulo Gustavo Guedes Fontes, que assina a ação, Mainardi também ofendeu moralmente a cidade e o povo de Cuiabá. Por isso, o procurador pede que o jornalista seja condenado a pagar R$ 200 mil de indenização por danos morais, valor que deve ser revertido para o Fundo de Direitos Difusos.

O preconceito de Mainardi teria sido escancarado na edição de 19 de janeiro de 2005 da Veja. Ao se referir ao então presidente da Petrobras José Eduardo Dutra, escreveu: “Dutra não tem passado empresarial. Fez carreira como sindicalista da CUT e senador do PT pelo estado de Sergipe. Não sei o que é pior”.

No programa Manhattan Connection, veiculado pelo GNT em 9 de março de 2005, onde se comentava sobre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o jornalista fez a seguinte observação: “Ele não é pragmático. Ele é oportunista. O episódio do Pará agora é muito claro. Quer dizer, uma semana ele concede a exploração de madeira, na semana seguinte, ele cria a reserva florestal grande como Amazonas, Sergipe, sei lá eu… por essas bandas de onde eles vêm. Isso é oportunismo”.

Para o zeloso procurador, os comentários de Mainardi são carregados de preconceito contra o povo nordestino e os estados. “A liberdade de expressão é princípio basilar da democracia e do Estado de Direito, mas a ordem jurídica lhe impõe limites no sentido de impedir que venha a atentar contra outros direitos igualmente caros à Constituição e às leis.”

O procurador procurou e encontrou na edição de 18 de maio de 2005 da Veja outra suposta manifestação de preconceito de Mainardi. O colunista escreveu: “Minha maior ambição, hoje em dia, é jamais, em hipótese alguma, colocar os pés em Cuiabá”. Para o procurador, o texto é evidentemente ofensivo aos cidadãos cuiabanos e a Mato Grosso. Como se fosse crime não querer botar os pés em Cuiabá.

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