Autoridades em sátira

Parlamento chinês repudia prisão de autor de poema satírico

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5 de março de 2007, 15h00

Na expectativa pela abertura da 10º Congresso do Povo Chinês, em Pequim, parlamentares chineses repudiaram a prisão de um servidor público detido por escrever poema satirizando as autoridades locais da cidade de Chongqing, no condado de Pengshui, informa a estatal Xinhua. O caso é conhecido como “escândalo do poema de Pengshui” e está na lista dos assuntos mais quentes da opinião pública chinesa.

“Isto é uma crueldade infringente a liberdade de expressão e degrada nosso movimento para construir uma sociedade harmoniosa governada pela lei”, disse o parlamentar Chen Zhonglin, professor de ciência política e legislação da Universidade do Sudoeste, no domingo (4/3).

Qin Zhongfei foi preso em setembro passado por enviar a amigos um e-mail com um poema satírico sobre três autoridades locais. A prisão gerou um clamor na internet. Com a campanha, ele foi soltou quatro semanas depois.

Chen, um deputado do partido comunista, questionou o Judiciário, a Procuradoria e autoridades de segurança da região. Pela lei chinesa, governo e líderes do Partido Comunista não podem intervir na liberdade da Justiça. Somente o Congresso pode interrogar oficiais do Judiciário.

O chefe de Polícia do Pengshui, Zhou Mingguang, se defende. Compara a Polícia com um filho do governo: “como nós poderíamos ignorar isto quando nosso pai é batido?”.

Liu Minghua, outro deputado do PC, disse que as autoridades da Polícia, Procuradoria e tribunal de Pengshui sentaram junto com membros do governo e do PC para resolver o caso. “Ele deveria ter feito isso de forma independente”, disse Minghua.

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