Dissidência na Guerra

Soldado que fugiu para escapar da Guerra do Iraque é libertado

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4 de março de 2007, 0h02

Mais um caso envolvendo a dissidência na Guerra do Iraque invadiu as páginas dos jornais dos Estados Unidos. O caso é de um soldado do Exército que preferiu fugir para o Canadá em vez de retornar ao Iraque. Ele foi preso, interrogado no estado de British Columbia e libertado esta semana. A informação é do site Findlaw.

A polícia prendeu Kyle Snyder, de 23 anos, depois de uma ordem de busca expedida pelo serviço canadense de fronteiras. Snyder é da cidade de Colorado Springs, no Colorado. Ele era engenheiro de combate e não retornou mais ao Iraque. Fugiu dos Estados Unidos para evitar a guerra, em abril de 2005. Tentou voltar ao Exército americano, em novembro passado. Arrependeu-se e fugiu para o Canadá de novo.

O advogado dele é James Fennerty, de Chicago. Ele explica que agora vai passar a estudar os argumentos dos advogados de outro dissidente: o primeiro-tenente Ehren Watada.

Watada se recusou a ir para o Iraque em 22 de junho de 2006. No julgamento, o eixo principal seria a discussão sobre se a oposição pessoal dele à guerra poderia ser um argumento juridicamente viável. Os promotores militares ajuizaram ações para excluir esse argumento de defesa.

Mas o julgamento do primeiro-tenente teve que ser anulado por causa de uma contradição na declaração prévia, quando o réu diz se é culpado ou inocente. O tenente-coronel John Head, que atuava como juiz no caso, suspendeu o processo após rejeitar uma “estipulação de fato” (um acordo sobre certos fatos do julgamento). Isso obrigou o governo a solicitar o arquivamento antes de apresentar seus argumentos. O tenente, de 28 anos, poderia ser condenado a quatro anos de prisão e passaria compulsoriamente para reserva. Ele já lutou na Guerra do Afeganistão.

O juiz disse que não aceitaria a “estipulação” porque ela equivalia a uma confissão de culpa de Watada, que se diz inocente por considerar a guerra ilegal. As audiências do primeiro-tenente começaram em 5 de janeiro, em Fort Lewis, Washington.

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