Réu repórter

Na Suécia, jornalista cobre o seu próprio julgamento

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1 de março de 2007, 16h26

O jornalista Niclas Rislund, ex-repórter de um dos maiores tablóides suecos, Expressen, foi pego tentando se passar por um policial durante uma investigação sobre o desaparecimento do empresário Fabian Bengtsson. O subterfúgio lhe valeu um processo na Justiça e a demissão no jornal.

Na terça-feira (27/2), a primeira audiência sobre o caso Rislund foi destaque na imprensa sueca. O principal relato, no entanto, foi escrito pelo próprio Rislund, que agora trabalha para a revista Dagens Media.O site da revista destacava a informação de que não foi permitido a Rislund levar seu caso para a Suprema Corte da Suécia.

“De acordo com a corte de apelações, o repórter do Expressen identificou a si mesmo como um agente de policia em uma conversa telefônica com o policial norueguês Frank Sandsund, baseado em Londres, e em uma ligação com o serviço motorizado de busca em Kungälv”, escreveu Rislund, que chama a si mesmo de star repórter na manchete da reportagem. Todo a matéria está escrita em terceira pessoa.

“Niclas Rislund deu seu nome real, que não compartilha com qualquer outro, e o número do seu celular, que era registrado pelo Expressen. Apesar disto, a corte de apelações concluiu que ele desejava dar a impressão de ser um agente da lei”, adicionou Rislund.

O editor do Dagens Media, Rolf van den Brink, explicou que a revista iria para a gráfica no dia e, por isso, precisavam que a reportagem fosse escrita o mais rápido possível. “Niclas estava disponível. Poderia fazer o trabalho rapidamente porque conhecia o caso”, disse o editor.

Com a repercussão, o editor teve que se explicar. “Somos uma das mais antigas revistas que tratam do setor de mídia. Nosso trabalho não é preservar atitudes jornalísticas antigas, mas desafiar e ousar. É bom que tenha se levantado um debate, mesmo que não estejamos certo de que isso seja o correto”

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