Falta de confiança

Detento em Guantánamo demite advogados americanos

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31 de maio de 2007, 19h43

Três dias após ter sido pronunciado mais uma vez para julgamento em Corte Marcial na Base Naval de Guantánamo, em Cuba, (a 144 km de Miami), o detento canadense Omar Khadr demitiu seus advogados norte-americanos. Ficou sem defesa. Agora, ele será defendido por um advogado das Forças Armadas dos Estados Unidos. As informações são do site Findlaw.

“Ele não confia em advogados norte-americanos e eu, particularmente, não o culpo por isso”, disse o coronel Colby Vokey. “Os Estados Unidos são responsáveis pelo seu interrogatório e o tratamento que ele tem recebido no processo é particularmente injusto”, disse Vokey.

Omar Khadr, detido no Afeganistão quando tinha 15 anos, foi oficialmente acusado no dia 24 de abril de assassinato e apoio ao terrorismo. É o segundo recluso enviado a um tribunal de exceção, de acordo com a lei promulgada no último outono (boreal) e fortemente questionada, sobretudo fora dos Estados Unidos.

Nascido no Canadá, Khadr é filho do engenheiro de origem egípcia Ahmed Said Khadr, considerado pelas autoridades dos americanas como um dos financistas da Al-Qaeda. Ele foi morto em outubro de 2003 em um ataque paquistanês contra combatentes da rede terrorista.

A prisão da base naval de Guantánamo foi criada em 11 de janeiro de 2002. Para lá, foram enviados os prisioneiros capturados pelas forças dos Estados Unidos que invadiram o Afeganistão logo após os atentados contra as torres gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001.

Outros suspeitos de terrorismo também foram enviados para a prisão. Desde sua inauguração, já passaram pela ilha 775 prisioneiros, classificados como “inimigos combatentes”, sem acusação, processo ou julgamento. Entre os presos, 17 eram menores de 18 anos. Hoje, há presos de 35 países diferentes, mas nenhum americano. Atualmente, há na base 14 presos acusados de serem “inimigos de combate”.

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