Vazamento de informações

Tarso Genro diz que não sabia de operação antecipadamente

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25 de maio de 2007, 18h11

O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou nesta sexta-feira (25/5) que soubesse antecipadamente da deflagração da Operação Navalha e que tenha perdido o controle sobre a investigação da Polícia Federal. A informação foi publicada na Agência Estado, após a polêmica entre a Polícia Federal e o ministro Gilmar Mendes.

“Quem tem o controle (da Operação Navalha) é o procurador-geral da República. A Polícia Federal está agindo dentro das normais legais e constitucionais. Ninguém perdeu o controle”, afirmou Tarso.

Ele acrescentou que se soubesse antecipadamente da ação “seria preocupante”. “A PF tem autonomia legal, técnica e institucional para realizar suas investigações, sob o comando do Poder Judiciário ou da Procuradoria Geral, como ocorreu”.

Segundo o ministro, caso receba alguma denúncia de vazamento de informações sobre a operação, ele solicitará a investigação. “Até o momento não foi encaminhado nenhum pedido formal, apenas da OAB, no início da operação, para avaliar alguns procedimentos”.

Histórico

Na quarta-feira (24/5), Gilmar Mendes se irritou com a divulgação da informação de que o seu nome aparecia em lista de autoridades que receberam presentes da construtora Gautama. “Há uma estrutura de marketing para valorizar o trabalho da Polícia Federal e depreciar a Justiça”, protestou.

“Fontes da Polícia Federal informam que o ministro Gilmar Mendes está na lista. Ora! Que o ministro da Justiça venha dizer: o ministro Gilmar foi citado, ou que o procurador-geral assuma esse tipo de ônus”, reclamou o ministro.

Mendes acusou ainda a PF de “canalhice” e de uso de “método fascista” de investigação. As declarações foram feitas após o vazamento das conversas. A PF contestou as liminares concedidas pelo ministro para libertar presos da Operação Navalha.

O ministro também entrou em confronto com o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e com a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça. Calmon acolheu o pedido de Souza para decretar a prisão preventiva de 48 investigados. Ela é relatora do inquérito que apura o esquema de fraude em licitações de obras públicas. Em resposta, nesta quinta-feira (24/5), o ministro da Justiça, Tarso Genro, e a Polícia Federal querem que Gilmar Mendes faça uma representação formal sobre o vazamento de informações.

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