Teatro caribenho

Havana encena condenação de ex-agente da CIA anticastrista

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18 de maio de 2007, 17h02

O teatro armado pelo governo cubano dava a impressão de que um julgamento real acontecia. Sem a presença do réu, um grupo de estudantes de Direito esquerdistas encenaram, nesta segunda-feira (14/5), o “julgamento político” no qual foi condenado Luiz Posada Carriles, ex-agente da CIA chamado de bestia negra da revolução de Fidel Castro.

A cena aconteceu na Tribuna Antiimperialista José Martí de onde foi televisionada para o povo cubano. A informação é do oficioso Gramma.

Havana levou tão a sério a peça estudantil que solicitou, nesta sexta-feira (18/5), ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma declaração de protesto pela liberação do “terrorista internacional Luis Posada Carriles”.

O julgamento ocorreu seis dias depois que a Justiça dos Estados Unidos cancelou um processo contra Carriles por fraude na imigração. O homem, que já foi chamado de “Osama Bin Laden latino-americano”, agora vive livremente na América.

Posada Carriles é acusado por Cuba e Venezuela de realizar em 1976 um atentado contra um avião comercial com 73 pessoas a bordo e de uma série de explosões que abalaram Havana no verão de 1997, matando o turista italiano, Fabio Di Celmo.

Depois de dois dias de audiência, Carriles e o governo americano foram condenados pelos estudantes de Direito da Universidade de Havana. “Em nome do povo de Cuba, este tribunal condena Luis Faustino Posada Carriles, assim como o governo dos Estados Unidos, pelos feitos terroristas pelos quais são responsáveis”, determinou os juízes ligados à União das Juventudes Comunistas.

O governo de Raul Castro exige dos Estados Unidos a extradição de Posada Carriles, um senhor de 79 anos, para a Venezuela, país que foi sua base de operações durante a década de 1970 e de onde escapou em 1985 enquanto estava detido em um presídio de segurança máxima.

O fracassado processo nos Estados Unidos, disse o governo insular, foi apenas uma manobra maquiavélica do presidente George W. Bush. Os Estados Unidos negam a extradição porque o governo de Hugo Chávez não oferece garantias para a segurança do acusado.

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