Reintegração de posse

USP admite processar estudantes que invadiram reitoria

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14 de maio de 2007, 11h58

A Universidade de São Paulo divulgou documento nesta segunda-feira (14/5) em que admite adotar medidas judiciais contra os alunos que invadiram a reitoria. A diretoria da Escola de Comunicação e Artes informou, em reunião com professores, que a Procuradoria-Geral do Estado iria, em nome da reitoria, processar os estudantes. A PGE nega.

O argumento da USP é o de que os estudantes estão sendo instrumentalizados por um grupo de ativistas do PSTU. O prédio da reitoria da USP foi invadido no dia 3 de maio. Segundo funcionários, os estudantes quebraram portas, móveis e arrancaram grades. Os manifestantes negam as acusações e dizem que os móveis foram desmontados e que somente as portas foram danificadas. Eles controlam a portaria do prédio e impedem os servidores de trabalhar. Ao menos 150 alunos permanecem acampados no local.

O movimento exige que a reitoria se posicione sobre as medidas tomadas pela gestão José Serra no início do ano. Entre elas, estão a criação da Secretaria de Ensino Superior (as escolas estavam antes na Secretaria de Ciência e Tecnologia) e a inclusão das universidades no Siafem (Sistema de gerenciamento orçamentário).

Para os estudantes, o governo restringiu a autonomia universitária com as medidas. A gestão Serra nega as críticas. Afirma que a secretaria foi criada para valorizar as universidades e que o Siafem será utilizado apenas para dar mais transparência aos gastos. Outro pedido é o de criar mais moradia. Os alunos que participam da invasão explicam que o movimento não tem intenções violentas, mas a entrada forçada foi necessária porque os seguranças impediram que eles chegassem até o gabinete do reitor.

Leia o comunicado

COMUNICADO DOS DIRIGENTES DA USP

Os diretores das Unidades de Ensino e Pesquisa e demais dirigentes da Universidade de São Paulo, reunidos em sessão plenária nesta Capital, vêm a público para manifestar por unanimidade:

1) o mais veemente repúdio à invasão e ocupação do prédio da Reitoria por estudantes e outros participantes mediante violência contra o patrimônio público e de constrangimentos aos que lá trabalham;

2) que, persistindo o impasse, apesar de todos os esforços da Reitora e sua equipe para encontrar uma solução negociada por meio de propostas concretas, vêm apoiar a adoção das medidas institucionais e jurídicas que se fizerem necessárias ao encerramento dessa agressão à Universidade Pública.

São Paulo, 11 de maio de 2007.

Notícia atualizada às 17h20 para correção de informação.

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